Flávia Rocha e o cachorro, Ziggy: a raça do bichinho é indicada para apartamentos, por ele ser pequeno e silencioso| Foto: Jonathan Campos/ Gazeta do Povo

Comportamento

Caminho certo

A radialista Flávia Rocha se consi­dera uma boa vizinha. Ela fez en­­tre 9 e 12 pontos no teste e o resultado confirmou que a moradora está no caminho certo, mas precisa ficar atenta a algumas escorregadas no comportamento. Flávia mora em um condomínio com 136 apartamentos, com o noivo, Leo, e o cachorro, Ziggy.

Ela conta que, quando o cãozinho precisa fazer as ne­­ces­­sidades, mas não pode levá-lo até a rua, permite que o animal as fa­­ça dentro do residencial. Ela sabe que não é permitido, mas afirma que limpa tudo depois. "Nunca recebi reclamações. Inclusive houve elogio por parte do zelador, porque limpo o local, enquanto alguns moradores não fazem o mesmo."

Segundo a radialista, os vizi­­nhos nunca apontaram problemas com o bichinho. "Dificilmente ele rosna. Pesquisei entre raças in­­dicadas para apartamento e gostei dele por ser pequeno, dócil e silencioso."

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Ronaldo Sella Filho gosta de barulho, mas tenta não extrapolar
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O estudante de engenharia da produção Ronaldo Sel­la Filho assume que é um vizinho "do barulho". A definição ficou comprovada após realizar um teste proposto pela reportagem para detectar se é ou não um bom vizinho. Para ser bem avaliado, Ronaldo deveria somar mais de 13 pontos, mas o universitário fez menos de nove, o que significa que a relação com a vizinhança não está nada boa para os parâmetros do teste. A qualquer momento "corre o risco de ser mul­­tado pela administração", segundo o texto.

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Um dos problemas é em relação ao barulho. Ronaldo costuma li­­gar a guitarra no amplificador e tirar um som quase diariamente, entre 21 e 22 horas. Ele revela que algumas vezes aconteceram reclamações por causa de música em volume alto dentro do apartamento, mas não passou disso. "Somente uma vez, em 12 anos que moro no condomínio, recebi multa por causa de som alto no salão de festas. Estávamos com dois violões e duas percussões por volta de 1h30 da madrugada. Como tive dificuldade de controlar o pessoal, encerrei a festa", diz. Mesmo assim, o mo­­rador teve de pagar 20% do va­­lor da taxa condominial pela infração às regras.

Normalmente, os moradores acreditam que, fora do horário estipulado para silêncio, das 22 às 8 horas, o barulho está liberado.

Mas não é bem assim, afirma a consultora de condomínios Rosely Schwartz, autora do livro Revolu­­cio­­nan­­do o Condomínio (Editora Saraiva – preço médio R$ 50). Segundo a especialista, a NBR 10.151 da Asso­ciação Brasilei­ra de Normas Técni­cas (ABNT ) apon­­ta que os dormitórios dos apar­­tamentos podem emitir valor entre 30 e 40 decibéis e a sala entre 35 e 45 decibéis. "Esse é o nível de ruído captado pelo vizinho do lado de fora. Se ultrapassar, ele po­­de reclamar, seja no horário que for", explica. Há regulamento tam­­bém para festas, que proíbe reuniões com bandas no salão de festas.

É pouco provável que as pessoas tenham um equipamento para fazer a medição. Se o vizinho sentir a necessidade de comprovar o incômodo, Rosely indica procurar empresa para fazer a leitura, para poder reclamar. Para o caso de ensaios musicais ou de dança, por exemplo, a consultora recomenda providenciar isolamento acústico em vidros, portas e paredes do cômodo onde ocorre a atividade. "Assim é possível ensaiar tranquilo, sem incomodar. As estruturas não foram construídas para isso."

Apesar de fazer barulho de vez em quando, Ronaldo tem consciência de que não pode extrapolar. Ele próprio afirma que não se incomoda com o barulho dos apartamentos vizinhos e garante que, se chegasse a esse ponto, não reclamaria. "Tenho vizinho que faz festa toda semana, o barulho é alto, mas não me incomoda. E sei que, se reclamasse, seria hipocrisia de minha parte."

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