Quem dá mais pelo imóvel?

• 0

Uma maneira rápida de vender um imóvel, ou opção econômica para comprar. Esses são os principais motivos que levam as pessoas a procurarem pelo leilão. Há, ainda, a oferta por meio judicial, quando o imóvel é tomado pela Justiça por dívidas. Qualquer pessoa com mais de 18 anos pode participar de um leilão, que é divulgado por diversos meios, como sites especializados, veículos de comunicação, outdoors e faixas.Para quem participa de leilão como comprador, é certo que o arremate da unidade terá valor bem mais atraente do que o de mercado, com desconto de pelo menos 20%, na comparação com imóvel semelhante. O aposentado Rene Seifert sentiu no bolso os benefícios. Ele e a mulher, Elza, são os primeiros proprietários de um apartamento de 71 metros quadrados, com três quartos, sendo um suíte, que foi arrematado em leilão há dez anos.

Na época, compraram o apartamento em lance único, pelo valor mínimo de R$ 37 mil, pouco mais da metade do preço de mercado – naquele ano, unidade semelhante custava R$ 70 mil. Hoje, o apartamento está avaliado em cerca de R$ 200 mil. "Antes mesmo de concluir as obras do edifício, a construtora entrou em falência e a instituição bancária reteve várias unidades", conta Seifert. Para o aposentado, o negócio foi um achado. "O trâmite de compra foi muito tranquilo, negociei em uma entrada e mais oito prestações com o próprio banco. A única despesa extra foi com piso e iluminação", revela.

Modalidades

O leilão judicial, como foi a modalidade que o aposentado Rene Seifert participou, ocorre quando o imóvel tem dívida cobrada na Justiça (trabalhista, fiscal, de financiamento bancário ou falência). "É o juiz quem estipula o valor do lance mínimo, após avaliação do imóvel, com base em valor de mercado", explica o advogado Walber Pydd, da Rocha Leilões. Nessa modalidade são realizados dois leilões em datas diferentes, o primeiro com lance mínimo de acordo com valor avaliado e o segundo, por 60% do mesmo valor. "A vantagem de participar do primeiro leilão é que, mesmo sem desconto, é possível arrematar por um valor até menor do que o oferecido no segundo evento", destaca Pydd.

A modalidade extrajudicial é aquela na qual o imóvel é de pessoa física ou jurídica (empresas em geral, como bancos e administradoras de consórcio), por iniciativa própria, cujo valor é por ela mesma estipulado. O objetivo de quem procura vender por meio de leilão em vez da opção convencional, por imobiliária ou anúncio em classificados, é aproveitar a agilidade de liquidez e transparência que o mecanismo oferece, aponta o leiloeiro oficial Magno Rocha, registrado pela Junta Comer­­cial do Paraná (Jucepar). Ele realiza uma média de 15 leilões por mês em Curitiba, com a oferta de cerca de 200 imóveis no período. "É uma vantagem para quem precisa de caixa ou venda imediata, por vezes de um lote de imóveis. A divulgação é ampla e não há favorecimento, pois leva quem der o maior lance", diz.