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A independência está cada vez mais distante da realidade de muitos jovens. O custo de vida elevado, principal aspecto apontado por quem adia a decisão de começar uma vida sozinho ou com uma companhia, já obriga o mercado imobiliário a pensar em alternativas para atrair esses consumidores reticentes.

Para o professor de economia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Másimo Della Justina, esta é uma mudança social que se confirmou nos últimos anos. "A estrutura familiar mudou. Os casais não têm mais tantos filhos e os que vivem com os pais acabam prolongando a saída de casa em troca de melhores condições de vida para o futuro", explica.

Essa é uma tendência que traz como consequências não só o aumento do orçamento familiar, mas atinge diretamente o mercado imobiliário. Segundo o proprietário da Imobiliária Sallvi, Alcides Salvi, essa decisão de permanecer com os pais influencia muito no volume de locações. "Hoje em dia é perceptível que são poucas as pessoas que possuem um alto poder aquisitivo para pagar a locação de bons imóveis", diz Salvi. Ele acredita que, para mudar esta situação, o mercado precisaria investir em produtos apropriados para este público: imóveis pequenos, mas com conforto e aluguel acessível.

Para o economista Masimo Justina, a estrutura e a renda da família sofre um efeito a curto prazo, já que os pais precisam pagar mais pelas despesas. No entanto, há recompensas futuras. "O filho agrega valor, já que leva seu salário para casa. É uma suplementação de renda que pode trazer qualidade de vida para todos, como viajar mais, ir ao cinema e investir na carreira profissional", analisa.

E foi justamente nisso que o administrador Marcos Antônio de Oliveira, 38 anos, pensou quando decidiu permanecer mais tempo em casa. "Sempre trabalhei e morei com minha mãe, já que perdi meu pai quando tinha apenas 4 anos. É lógico que vivendo com ela, além do conforto e bem-estar, pude terminar minha faculdade, comprar meu carro e guardar uma ‘grana’ para investimentos futuros", conta.

Para ele, a única desvantagem é a falta de liberdade, que, mesmo assim, tem suas compensações. "Se tivesse optado por morar sozinho as dificuldades seriam enormes pelo alto custo de vida, como pagar aluguel, condomínio, serviços domésticos e alimentação."

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