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Presidente do CAU-PR, Jeferson Navolar defende a valorização do arquiteto como planejador de cidades em um momento importante para o país | Henry Milléo/ Gazeta do Povo
Presidente do CAU-PR, Jeferson Navolar defende a valorização do arquiteto como planejador de cidades em um momento importante para o país| Foto: Henry Milléo/ Gazeta do Povo

Inédito

Criação do Conselho permitiu a realização do levantamento

A criação do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU-BR) e dos conselhos estaduais, a partir da desvinculação do Conselho de Engenharia, em 2011, viabilizou a realização de um amplo levantamento sobre a profissão no país. Aproveitando a obrigatoriedade do recadastramento, decorrente da criação do novo conselho, o CAU efetuou o primeiro recenseamento do setor.

O questionário do censo foi enviado para mais de 99 mil profissionais no segundo semestre de 2012 e teve resposta de 83 mil participantes de todos os estados.

Além da contagem numérica, o censo estendeu-se para outros dados. A partir das respostas, o CAU pôde dimensionar as mudanças que o mercado enfrenta e como os profissionais do setor podem contribuir para o desenvolvimento do país.

As informações mostram que o setor de arquitetura e urbanismo está passando por um momento de transformação no Brasil. A necessidade de replanejar cidades e propor alternativas para as questões habitacionais traz à tona a responsabilidade dos arquitetos nesse cenário, ressalta Jeferson Navolar, presidente do CAU-PR. "O país precisa de planejamento, e os arquitetos são grandes planejadores", diz. Há, também, a chegada de uma nova geração de profissionais, com demandas e expectativas renovadas.

A arquitetura vem ganhando contornos femininos e renovados no Brasil. A maioria dos arquitetos e urbanistas é, hoje, composta por mulheres e jovens, com grande interesse por atividades de atualização e formação profissional. Os dados surgiram no primeiro censo da categoria, realizado pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU-BR).

De acordo com o levantamento, 60% dos profissionais registrados no Conselho, no segundo semestre de 2012, eram mulheres, e a expansão do sexo feminino na categoria se tornou mais forte a partir de 2001.

Entre os profissionais com idade entre 20 e 25 anos, as mulheres são quase 80% do total de registrados no CAU-BR.

O resultado do recenseamento nacional foi apresentado na última sexta-feira, em São Paulo, na sede do CAU-BR. Na noite de segunda-feira, o presidente do CAU-PR, Jeferson Dantas Navolar, falou aos colegas de Curitiba sobre os dados regionais.

A apresentação aconteceu durante evento do Núcleo de Empreendedorismo, Sus­­tentabilidade e Cidadania, na nova sede do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Paraná – uma casa modernista projetada em 1965 pelo engenheiro e arquiteto Mário de Mari.

Municípios

Os dados mostram que o Paraná tem 8.737 profissionais registrados, dos quais 5.996 estão ativos. Uma informação preocupante revelada pela pesquisa, observa Navolar, é que praticamente a metade dos 399 municípios paranaenses não têm sequer um arquiteto residindo na cidade ou trabalhando nas prefeituras. "São 189 cidades sem planejamento e sem gestão de território", alerta Navolar.

O censo aponta, também, que no universo de arquitetos no país, apenas 20% estão constituídos como empresas.

Para reverter este quadro e incentivar os profissionais a deixar a informalidade, apoiando-os no processo de constituição de pessoas jurídicas, foi criado o Núcleo de Empreendedorismo, Sus­­tentabilidade e Cidadania. "Como pessoa jurídica, o profissional tem acesso a fontes de financiamento, pode participar de licitações e recebe benefícios sociais", destaca o presidente do CAU-PR.

O Núcleo tem apoio do Se­­brae, Caixa Econômica Federal, Fomento Paraná, Banco do Brasil, Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial, Alian­­ça Nosso Paraná Susten­­tável e Associação Comercial do Paraná.

Cem mil

O presidente do CAU-BR, Haroldo Pinheiro, acredita que ainda no primeiro semestre deste ano o total de arquitetos registrados no país alcance 100 mil pessoas.

Os estados da região Norte são os que têm o menor número de arquitetos e urbanistas: em Roraima, por exemplo, há apenas 54 profissionais registrados.

No extremo oposto está São Paulo, com 24.978 profissionais – 29,82% dos que se recadastraram e responderam à pesquisa. O Sudeste, com 53,80%, é a região com o maior número de registrados. A região Sul vem em segundo lugar, com 22,61% dos arquitetos e urbanistas filiados ao CAU-BR.

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