Uma via com traços de modernidade, mas que ainda mantém vivas as características de seu passado. Esta é a Rua Nicola Pellanda, um dos importantes eixos de ligação da região sul de Curitiba, que tem visto seu cenário bucólico mudar aos poucos, ao longo de seus quase dez quilômetros de extensão, dando lugar ao crescente fluxo de veículos e ao aumento de sua população, resultado da exploração imobiliária na região.
GALERIA: Confira as imagens da Rua Nicola Pellanda
Via com história
Boa parte da extensão da Rua Nicola Pellanda está localizada no bairro Umbará, que faz limite com o município vizinho de Fazenda Rio Grande. A região, às margens do Rio Iguaçu, era passagem dos tropeiros que circulavam entre o litoral do estado e os Campos Gerais.
Na segunda metade do século 19, imigrantes italianos e poloneses, em sua maioria, colonizaram o bairro e trouxeram novas atividades econômicas à região. Entre elas estavam a produção de vinho, de barricas para erva-mate e, mais tarde, de tijolos e telhas de barro.
Cortando os bairros Pinheirinho, Tatuquara e Umbará, a via tem início na Linha Verde e, assim como ocorre com outros endereços da cidade, recebe a influência de sua consolidação. “Ela trouxe o público comercial para a Nicola Pellanda. Andando [pelo início da rua] notamos que há vários pontos comerciais no endereço”, observa Ricardo Toyofuku, vice-presidente administrativo do Sindicato da Habitação e Condomínios do Paraná (Secovi-PR).
Um deles é a Academia Gigafit, do empresário Guilherme Gonçalves. Morador antigo da região e prestes a completar dois anos de negócio, ele conta que viu a rua “crescer” nos últimos anos, o que já tem reflexos no trânsito, que fica complicado nos horários de pico.
Imigrante italiano pioneiro dá nome à rua
Nascido em Pádua, na Itália, Nicola Pellanda deixou sua terra natal em 1892 e imigrou para o Brasil juntamente com seus pais Bortolo Pellanda e Domingas Bernardi Pellanda e três irmãos – o casal teve, ainda, uma quinta filha, que nasceu no país. Depois de passar cerca de seis meses em São José dos Pinhais, a família estabeleceu-se na região do Umba
Leia a matéria completaJoni Charles Brambila, proprietário do Restaurante Casarão instalado na rua, avalia que este movimento decorre do fato de a Nicola funcionar como uma via de ligação entre Curitiba o município vizinho de Fazenda Rio Grande e de a região ter recebido novos condomínios residenciais, o que fez crescer o número de moradores.
Moradias horizontais
O adensamento populacional fica evidente conforme se avança na via em direção ao bairro. Aos poucos, os pontos comerciais dão lugar às antigas olarias e residências. Muitas delas ainda guardam as formas e os usos das antigas chácaras e fazendas, comuns na região. Não é difícil encontrar propriedades com hortas cultivadas e criação de animais em seus amplos quintais.
10 km
É a extensão total da Rua Nicola Pellanda, desde o início da via, na Linha Verde, até o final, na divisa com Fazenda Rio Grande. A rua corta três bairros: Umbará, Tatuquara e Pinheirinho.
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A presença destas grandes áreas e o cenário bucólico atraíram a atenção do mercado imobiliário, que vislumbrou no entorno da Nicola Pellanda um potencial a ser explorado, principalmente no segmento horizontal. “A região da Nicola é uma das poucas de Curitiba com áreas disponíveis para condomínios e loteamentos. O bairro do Umbará está sendo descoberto pelas incorporadoras, ele é ‘a bola da vez’, assim como foi Santa Felicidade no passado”, avalia George Rodolfo da Costa Pereira, diretor comercial da Jorasa Incorporações e Empreendimentos. A empresa tem três condomínios na região de influência da rua, sendo que o mais recente deles, o Residencial Diamond – lançado há seis meses – tem 75 de seus 85 lotes comercializados.
Para Pereira, outro aspecto que favorece os investimentos na região é o fato de ela comportar diferentes públicos, fazendo com que projetos voltados para as classes A, B e C sejam bem aceitos e convivam no mesmo bairro, como ocorre no Umbará.
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