Infraestrutura
Oferta de serviços e transporte deve crescer na região
A infraestrutura já disponível é uma vantagem dos bairros da região norte. Opções de lazer, comércio diversificado e facilidade de acesso ao Centro da cidade trazem comodidade ao dia a dia dos moradores. "Estamos bem servidos. Faltam apenas agências bancárias e mais segurança", acrescenta a empresária Patrícia Furlan, proprietária de um salão de beleza no Santa Cândida.
Outro grande empreendimento que está chegando para atender a região norte é o Shopping Atuba. Com 46 mil metros de área construída e previsão de 200 lojas, o shopping deve começar a ser construído no início do próximo ano. "Estamos aguardando a licença de instalação, último documento para a emissão do alvará de construção. Se tudo ocorrer dentro do planejado, devemos abrir as portas em meados de 2017", conta Félix Strobel Júnior, diretor da Mendocino Participações e Investimentos, empreendedor do Shopping Atuba.
Além do adensamento, há uma mudança no perfil socioeconômico da região, com aumento do poder de compra e do nível de escolaridade de sua população, diz Strobel. "Queremos oferecer lazer com qualidade para a região. A população está muito ansiosa e a expectativa é a melhor possível", conclui.
Depois do sul e do oeste da capital, é a vez da região norte despontar como o novo setor de crescimento imobiliário de Curitiba. O grande número de lançamentos verticais e a ampliação na oferta de serviços com a instalação de grandes redes varejistas e do projeto de um novo shopping , demonstram que bairros como o Boa Vista, Atuba e Santa Cândida passam por uma nova fase de adensamento populacional. Esse processo deve se acelerar ainda mais com a conclusão da Linha Verde Norte, cujos recursos foram incluídos no Programa de Aceleração do Crescimento 2 (PAC 2) do governo federal.
O vice-presidente de lançamentos e comercialização imobiliária do Sindicato da Habitação e Condomínios do Paraná (Secovi-PR), Luciano Tomazini, explica que é uma tendência a região norte ganhar este foco, por ser a única estrutural que ainda não registrava essa verticalização. "A região não estava totalmente parada, mas agora ganhou mais potencial e começa a se desenvolver. Vários terrenos minimamente utilizados há décadas hoje abrigam quatro, cinco torres residenciais", diz.
Potencial
A disponibilidade maior de lotes em comparação a outras localidades é um dos fatores que atrai o investimento das construtoras para a região. A Vanguard Home, por exemplo, tem três empreendimentos no norte da cidade, nos bairros Boa Vista, Bacacheri e Tingui. O gerente regional da empresa Alvaro Coelho conta que o primeiro deles, o Garden Sevilha, foi lançado em 2009 e teve a entrega das três torres finalizada em janeiro deste ano. "Percebemos que havia uma demanda reprimida e clientes potenciais nesta região, uma vez que há muito tempo ela não recebia lançamentos verticais. Pudemos confirmar isso com o lançamento deste empreendimento", conta.
Outra empresa que investiu no potencial da região norte foi a PDG. O Village Paraná, em construção no Atuba, foi lançado em 2011 e está com mais de 90% dos seus cerca de 600 apartamentos vendidos. O resultado do investimento, na avaliação do gerente regional da PDG em Curitiba, Felipe Sebben, foi muito positivo, tanto que a empresa estuda a possibilidade de adquirir outras áreas nas redondezas. "A região norte chama muito a nossa atenção, é um mercado a ser explorado", diz.
Mudança de cenário
O crescimento dos bairros localizados ao Norte da cidade é percebido, também, pelos moradores da região. A empresária Neusa Simione, moradora do Bacacheri e proprietária de uma loja de roupas femininas no Boa Vista, diz que nos últimos cinco anos ele foi expressivo, principalmente devido à chegada dos novos condomínios.
"Eu moro em um prédio de onde tinha vista para a cidade inteira. Hoje, a cidade está sumindo. Antes eu via até a antiga Torre da Telepar, agora vejo apenas prédios vizinhos", ilustra a atendente Jade Barcelo Munhoz Carta, que trabalha e mora no Boa Vista.
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