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Bairros como o Pilarzinho atraem lançamentos imobiliários. Nos ultimos cinco anos, foram 15 empreen­­dimentos | Fotos: César Machado/ Gazeta do Povo
Bairros como o Pilarzinho atraem lançamentos imobiliários. Nos ultimos cinco anos, foram 15 empreen­­dimentos| Foto: Fotos: César Machado/ Gazeta do Povo
  • Potencial de desenvolvimento nos próximos anos ajuda a atrair investimentos para bairros mais afastados do centro

A oferta de lançamentos imobiliários nos bairros mais afastados da região central acompanhou, nos últimos anos, o ritmo das localidades tidas como tradicionais da cidade. O principal foco da expansão, entretanto, continuou concentrado nos eixos estruturais, com destaque para a região da Linha Verde.

INFOGRÁFICO: Veja os alvarás espalhados pela cidade

A distribuição de lançamentos pode ser confirmada por meio dos alvarás emitidos pela prefeitura para a construção de novos empreendimentos nesses bairros. Nos últimos cinco anos, foram mais de 1,1 mil autorizações para obras de prédios isolados e conjuntos habitacionais de apartamentos em 43 localidades fora do círculo central da cidade. "Bairros que há alguns anos não tinham peso grande no mercado, como o Boa Vista, já são bastante representativos, com índices de verticalização mais acelerados", diz o superintendente da Secretaria Municipal do Urbanismo, Solano Glock.

Os dados da pesquisa Perfil Imobiliário da Associação dos Dirigentes das Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi-PR) apontam, inclusive, que os lançamentos nas regiões norte e sul da cidade superaram a oferta de imóveis novos na região do Jardim Botânico entre os anos de 2009 e 2013.

Em 2011 – ano que registrou o maior número de lançamentos nas três amostras –, a região do Botânico recebeu 10 lançamentos e 882 novas unidades, enquanto a parte norte teve 15 empreendimentos que somavam 1,7 mil apartamentos. A região sul da cidade, por sua vez, o número foi ainda mais expressivo, com o lançamento de 25 imóveis que, juntos, ofereciam 2,8 mil unidades.

Para o consultor Marcos Kahtalian, do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado do Paraná (Sinduscon-PR), esse é um reflexo da pulverização da produção do setor. "Hoje, não há bairro com imensa concentração – com exceção do Centro e do Ecoville –, nem mercado incipiente na cidade", esclarece.

Estruturais

Mesmo atingindo novas localidades, a expansão imobiliária ainda tem grande parte de sua oferta concentrada nos bairros próximos aos eixos estruturais da cidade. Neste sentido, o exemplo mais notório dos últimos anos foi o crescimento dos trechos sul e norte da Linha Verde, em bairros como Santa Cândida e Atuba. "O Bacacheri é outro exemplo de bairro que mais registrou crescimento na parte norte. A região do Pinheirinho e do Xaxim foram as que mais se destacaram na Linha Verde Sul", diz Fábio Tadeu Araújo, diretor de Pesquisa de Mercado da Ademi-PR.

O diretor de atendimento da imobiliária Lopes em Curitiba, Luiz Augusto Brenner Rose, destaca o adensamento da região da Comendador Franco, a Avenida das Torres, como um novo vetor que surgiu com o desenvolvimento da cidade. O mesmo deve ocorrer nas proximidades do Parque Barigui. "O aumento do preço dos terrenos nas regiões tradicionais faz da procura por novas fronteiras uma tendência inevitável", avalia.

Bairros atraem por valorização e preço do terreno

Lançamentos e obras recém-entregues em localidades como Pilarzinho e Tingui demonstram que, mesmo afastadas das vias estruturais, há espaço no mercado para o desenvolvimento de todas as regiões da cidade, que respondem à demanda de diferentes perfis de público.

Luiz Augusto Brenner Rose, diretor de atendimento da imobiliária Lopes, explica que as regiões que estão fora dos eixos estruturais permitem construções de menor porte, sendo uma oportunidade para as construtoras locais, que não costumam investir em grandes empreendimentos.

Para conquistar os clientes, essas empresas oferecem atrativos. O gerente de vendas da STM Construtora, Waldeck Bispo Santos Júnior, cita como exemplos a oferta de sacadas com churrasqueira e estruturas de lazer na cobertura. "Hoje há concorrência acirrada mesmo para os empreendimentos que estão fora do eixo", afirma.

O preço dos terrenos, mais baixo se comparado ao das regiões tradicionais da cidade, é um dos pontos que mais chama a atenção das construtoras. João Gualberto D’Agnoluzzo, sócio-diretor da DH Construções e Incorporações, explica que a exigência cada vez maior relacionada à qualidade do produto faz com que o valor destinado à aquisição do lote equilibre o investimento.

Valorização

A visão estratégica de futuro da região é mais um estímulo para o investimento imobiliário nos bairros mais afastados dos eixos tradicionais. Na Vanguard Home, unidade de negócio do Grupo Plaenge, a opção por empreendimentos em bairros como Tingui e Pilarzinho busca oferecer imóveis mais enxutos em preço e metragem, sem perder a qualidade. "Buscamos oportunidades em regiões que ainda vão se desenvolver, onde a infraestrutura pode não ser completa, mas que têm a cidade caminhando para lá. Isso traz uma expectativa de ganho para o investidor", explica Alvaro Coelho, gerente regional da empresa.

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