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Vídeo | Reprodução Rede Globo
Vídeo| Foto: Reprodução Rede Globo

Ninguém imagina o poder que um bom projeto de paisagismo tem nas relações condominiais. Em um edifício no Centro Cívico, em Curitiba, os desentendimentos e intrigas entre os moradores sumiram assim que a natureza tomou conta do lugar. A área comum do prédio, que antes era pouco freqüentada, passou a trazer harmonia e integração aos vizinhos que mal se cumprimentavam.

"As brigas normalmente acontecem no dia-a-dia dos condomínios. Mas este, em especial, precisava de uma solução, já que desde as gestões anteriores as reclamações e insatisfações viraram rotina". É o que relata a conselheira Maria Lúcia da Costa Figueiredo, que hoje comemora o bom relacionamento entre os moradores. Ela e a equipe de administração decidiram arregaçar as mangas para dar vida nova à entrada do prédio. No lugar de uma grama que morria timidamente por falta de cuidados apareceu, um conceito de jardim que já foi muito usado nos tempos antigos. Roseiras, trepadeiras, bancos que lembram uma praça e um curioso canteiro de ervas para tempero e chás, são algumas das mudanças. "Hoje os moradores utilizam o espaço para relaxar, entrar em contato com a natureza e também para cuidar do jardim. Com o horário de verão, muitos que ficavam trancados nos apartamentos, agora aproveitam o lugar para confraternizar", conta Maria Lúcia.

Mas nem tudo são flores. A conselheira conta que houve resistência dos moradores quando o assunto em pauta foi implantação de um projeto de paisagismo. "Agora que está tudo pronto, não dá para se ter idéia do trabalho que tivemos para criar este jardim. Primeiro porque grande parte dos moradores era contra as mudanças. Eles achavam que o valor que seria cobrado pela reforma pesaria na taxa do condomínio sem um custo-benefício", diz a conselheira.

Para a empresária responsável pelo projeto e proprietária da Serelepe Arte Jardim, Maria Luíza Wieberkehr, o conceito de jardins intocáveis, que era a visão dos proprietários, é algo atual que precisa ser mudado. "Muitas pessoas gastam rios de dinheiro com paisagismo, mas não aproveitam as plantas que têm na entrada do prédio, por exemplo. Aí sim é que não vale o investimento", brinca.

Para aproveitar o ambiente, Maria Luíza sugere aos moradores que no final da tarde passem pelo jardim para colher algumas rosas e ervas. "É qualidade de vida. Na época da execução do projeto algumas pessoas que acompanharam a plantação das rosas chegaram para mim e disseram: estas flores lembram a minha infância. E isso que é o legal, quem vive em apartamento também precisa se sentir bem, como se estivesse em uma casa."

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