A saída das grandes indústrias localizadas no bairro Rebouças que vem ocorrendo há alguns anos e deve continuar pelos próximos deve causar fortes efeitos na Rua Piquiri. Uma das mais conhecidas do bairro, a via já está mudando seu perfil de industrial para comercial e assumindo um ar "mais humano", segundo corretores locais.
É o que diz, por exemplo, Emerson de Freitas Godoi, proprietário da imobiliária Freitas Godoi que está instalada na Rua Chile, bem próximo à Piquiri. Segundo ele, as grandes fábricas têm deixado a região principalmente pela dificuldade do tráfego de caminhões. Com isso, afirma, abre-se espaço para construções comerciais e residenciais.
Um dos casos é da Leão Júnior, que já anunciou a sua saída para março de 2009. "A mudança deve liberar um espaço de 26 mil metros quadrados", diz. "Acredito que seja ocupado pelo comércio, porque a via tem bastante visibilidade", conta. O profissional aposta em loja de materiais de construção, que é um dos pontos fortes da região, ou em um centro comercial.
Godói explica que algumas medidas de empresários também já contribuíram para mudar a cara do bairro. "Muitos bares, casas noturnas, empresa de transporte e de consórcio foram instalados em um raio próximo à Piquiri." Além disso, um projeto da Prefeitura de revitalização do bairro trouxe para o Moinho Rebouças a sede da Fundação Cultural de Curitiba. "Hoje está bem melhor que há alguns anos", define.
Residencial
A Piquiri, porém, vai além do Rebouças. Chega até o Prado Velho. Por lá, o perfil não teve mudanças recentes: os imóveis residenciais continuam predominando.
Mas para quem tem interesse na parte "feita para morar", o corretor autônomo Mauro Borges alerta: são poucas as opções existentes. "O que tem disponível está concentrado nas últimas quadras." Nessa área, o interessado deve encontrar imóveis de médio padrão e com mais de 30 anos de construção. "Há bastante imóvel antigo. Dá para ver pela região, que ainda conserva a rua com paralelepípedo."
O corretor é responsável pela venda de uma das poucas unidades. O sobrado, que tem 230 metros quadrados de área, está sendo vendido por R$ 280 mil R$ 1,2 mil por metro quadrado. "Esse é o preço médio da região." Para a locação residencial, é possível encontrar imóveis por R$ 10 o metro quadrado.
O custo é inferior ao dos imóveis comerciais. De acordo com dados da Freitas Godoi, a compra de um imóvel comercial que não precisa de obras de melhorias na Piquiri custa entre R$ 1,4 mil e R$ 1,6 mil o metro quadrado. Para a locação, o profissional afirma que os imóveis disponíveis custam a partir de R$ 2 mil mensais.