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Aumento dos impostos municipais, como IPTU e ITBI, é um dos principais desafios para o setor em 2015 | Daniel Castellano / Gazeta do Povo
Aumento dos impostos municipais, como IPTU e ITBI, é um dos principais desafios para o setor em 2015| Foto: Daniel Castellano / Gazeta do Povo

O saldo de 2014 é positivo para a construção civil do estado. Dados do balanço realizado pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil no Paraná (Sinduscon-PR) apontam que o setor terá entrega recorde de produção imobiliária, com cerca de 23 mil unidades – número quase quatro vezes maior do que o registrado há dez anos, quando foram entregues 6 mil unidades. "As entregas correspondem às liberações ocorridas em 2010 e 2011", lembra o presidente do Sinduscon-PR, José Eugenio Gizzi.

INFOGRÁFICO: Veja a variação de preços dos imóveis em Curitiba

A maior disponibilidade de crédito, fortemente influenciada pelos programas do governo federal, como o Minha Casa, Minha Vida (MCMV), é mais um fator que influenciou a evolução da construção civil no país. O setor deve fechar o ano com um montante de R$ 170 bilhões em crédito financiado, 13% a mais do que o registrado em 2013.

Cenário

Na comparação com o ano anterior, 2014 deve terminar com redução de 7% no total de área e de 16% no número de unidades liberadas para construção em Curitiba. Desde 2011, a variação acumula queda de 19% e 27%, respectivamente. "A queda em relação ao ano passado se refere ao ajuste do mercado em função da demanda existente. Se compararmos com 2004, esse número ainda é cerca do dobro do registrado naquele período", diz o presidente.

O ajuste no número de unidades produzidas não deve desestimular o setor, que prevê a contratação de 2,6 mil profissionais em 2015 no estado. O acréscimo de mais 350 mil habitações à segunda fase do MCMV e o aguardo das regras da 3ª terceira etapa do programa oferecem uma boa perspectiva, mas o foco do setor para as contratações está nos investimentos em obras públicas.

"Ninguém no governo deve imaginar que o país irá gerar um PIB maior se não investir em infraestrutura. Essa é a nossa aposta, que em 2015 e 2016 devem ser licitadas muitas obras, seja por meio de investimentos diretos ou de parcerias público-privadas", afirma João Carlos Perussolo, vice-presidente da área da indústria imobiliária do Sinduscon-PR.

Entre os desafios e oportunidades para o próximo ano, os representantes do setor listam a iminência do aumento dos impostos municipais, como IPTU e ITBI, e a discussão sobre a revisão do plano diretor de Curitiba, para que volte a ser possível o investimento em imóveis de menor valor dentro da cidade. "O adensamento de algumas regiões também é um bom instrumento para utilizar melhor a infraestrutura existente na cidade", acrescenta Gizzi.

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