Diante de um cenário de estabilidade no mercado imobiliário, com o volume de lançamentos desacelerado em relação ao período superaquecido dos anos anteriores, as empresas de construção de Curitiba depositam suas fichas no segmento de obras públicas. Prevendo um Valor Acrescentado Bruto (VAB) de 2% para o fechamento de 2013, o setor projeta crescimento de 4% para 2014 no Paraná um aumento estimado de 100% no índice que é considerado o PIB da construção. Os dados foram apresentados ontem pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Paraná (Sinduscon-PR).
O setor trabalha com a estimativa de entrada de quase R$ 5 bilhões para obras públicas em 2014, entre investimentos dos governos federal e municipal para o início da construção do metrô curitibano e outros projetos de mobilidade urbana.
São esperados, também, cerca de R$ 20 bilhões do programa Paraná Competitivo para o setor privado. O aporte será usado para investimentos na construção e ampliação de indústrias no Paraná, impactando o setor da construção.
Dados positivos
Normando Baú, presidente do sindicato na gestão que está se encerrando, salientou os dados positivos da indústria, como o volume estável de emprego no setor, aumento na renda dos empregados, montante crescente de financiamentos imobiliários e previsões de crescimento das empresas.
A maioria das associadas ao Sinduscon-PR pretende aumentar o quadro de colaboradores em 2014 e ampliar o volume de obras - boa parte delas são pequenas empresas, prestadoras de serviços na construção.
Baú lembrou que a projeção de 2% do VAB para 2013 ultrapassa o índice de 2012, que ficou em 1,4%. Os números consolidados do PIB da construção são calculados pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção, mas segundo o Sinduscon-PR, refletem o nível de atividade no estado.
Acomodação
Confirmando números da pesquisa de lançamentos verticais da Associação de Dirigentes do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi-PR), o Sinduscon apresentou dados que apontam para acomodação.
A partir de 2010, o número de lançamentos começou a diminuir na capital. A queda no volume de área liberada para construção alcança 25% na comparação entre 2010 e o estimado para 2013. De 2012 para este ano a redução fica em 7%.
A velocidade de vendas sobre oferta ficou na média de 10% desde 2010.
A pesquisa do sindicato reitera: 2013 é o ano recorde em entregas de imóveis em Curitiba. Cerca de 21 mil unidades estão prontas ou em fase de conclusão, como resultado do boom de lançamentos. Normando Baú observou que a demanda reprimida por novos imóveis residenciais na capital está atendida. O grande volume de obras lançadas entre 2008 e 2011 cumpriu esse papel, disse o presidente do Sinduscon-PR.
Daqui para a frente, comenta Baú, o crescimento do mercado imobiliário deve refletir o aumento vegetativo da população da capital, em torno de 12 mil unidades ao ano. Pela pesquisa, a valorização média dos imóveis em Curitiba não deve passar de 8% ao ano, descontando a inflação.