Em tempos de aquecimento global, sempre vem à mente a questão: como gerar energia sem causar impacto ao meio ambiente? Pensando nisso, o catarinense José Alcino Alano, de 54 anos, desenvolveu há quatro anos um aquecedor solar feito com materiais reciclados.

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O equipamento, utilizado para aquecer a água nas residências, aproveita garrafas PET e embalagens longa-vida. Tem baixo custo de produção e pode ser montado pelo próprio usuário.

O inventor conta que a idéia surgiu da necessidade de economizar, já que o preço do gás estava pesando em seu orçamento. Vendo o êxito de seu invento, Alano o patenteou para que ninguém pudesse comercializá-lo. "Qualquer um pode reproduzir minha invenção, só não pode vender", afirma, defendendo o uso estritamente social do aquecedor.

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Para uma família de quatro pessoas, é necessária uma placa de quatro metros quadrados, obtida a partir de 200 garrafas PET de dois litros e 200 caixas longa-vida de um litro, além da tubulação e conexões em PVC. O custo, neste exemplo, fica entre R$ 180 e R$ 200, sem contar com a caixa d’água (a que já está na casa pode ser reaproveitada) nem com os materiais reciclados. A temperatura da água chega a 52 graus no verão e a 38 graus no inverno. O funcionamento ideal depende de seis horas diárias de sol, mas Alano garante que mesmo em dias nublados o aquecimento acontece, mas de forma amena, tendo de ser complementado com a energia elétrica.

A Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sema) disponibiliza um manual contendo as instruções de construção e instalação, com o objetivo de possibilitar a famílias de baixa renda o uso da água quente, além de dar um destino a embalagens que certamente poluiriam a natureza. O coordenador do Programa Desperdício Zero, desenvolvido pela Sema, Laerty Dudas afirma que ele é um dos que já se beneficiou com o invento. "Instalei um aquecedor em minha casa e o consumo de energia elétrica caiu em 40%", conta.

Mas, aos interessados na economia ambientalmente correta, vale reforçar o aviso do inventor: o sistema não é comercializado e não tem certificação, já que se trata de um produto destinado apenas à autoconstrução. Por isso, quem quiser um aquecedor solar feito de material reciclado em casa não tem outra opção, senão a de colocar a mão na massa.