Estratégia
Para garantir as vendas, plantas 3D devem ser ricas em detalhes
A dificuldade que a maioria das pessoas tem ao ler uma planta-baixa é o que motiva as construtoras a apresentarem perspectivas em 3D aos clientes. "As plantas são frias, elas exigem a criatividade ao projetar como ficará. As pessoas não têm essa facilidade e cada um pode imaginar de um jeito. A imagem 3D é uma ferramenta facilitadora tanto para nós, imobiliárias, construtoras, e muito mais ainda para o consumidor", afirma o diretor-geral da Brasil Brokers Galvão, Gerson Carlos da Silva.
Para o diretor de empreendimentos da Swell Construções, Leonardo Pissetti, as imagens em 3D contribuem no entendimento do produto e, desta forma, auxiliam nas vendas. "A pessoa olha primeiro as suítes, as salas, as áreas de mais importância, onde ela vai passar a maior parte do tempo. Vê o ambiente do closet, a vista, a iluminação, o que cabe dentro daquele espaço como cama e armários", explica.
Ainda assim, não é qualquer perspectiva 3D que garante as vendas. De acordo com o CEO da Oficina 3D, Anderson Rodrigo de Alencar, as imagens precisam ser convincentes. "Já trabalhei com construtoras que tinham concorrentes parecidos, utilizam mesmo acabamento nas obras. Um dos prédios teve a maioria das unidades vendidas no lançamento e o outro, da concorrente, não vendia de jeito nenhum. A concorrente nos procurou e pudemos ver as imagens que eles tinham do prédio. Elas não tinham riqueza de detalhes. A suíte não foi feita a noite, foi feita a tarde. Ninguém fica na suíte durante a tarde".
R$ 5 mil a R$ 100 mil pode variar um projeto de perspectiva 3D
Perspectivas de projetos em 3D presentes em folhetos de lançamentos imobiliários cada vez mais estão deixando de ser imagens meramente ilustrativas. Com o uso da tecnologia e cuidado nos detalhes, essas representações digitais acabam antecipando ao cliente uma realidade que só será concretizada depois de alguns anos.
Usada como ferramenta de venda, a tecnica busca atingir a perfeição, cuidando de detalhes como textura, iluminação e materiais de acabamento utilizados na obra.
"Além do acabamento e a decoração, quando desenvolvemos as imagens pensamos também na localização do empreendimento. Atendemos empresas que constroem próximo ao mar e para eles é muito importante que isto conste na imagem. Essa mesma vista é posta na janela da sala, da varanda na perspectiva", aponta o CEO da Oficina 3D, empresa especializada em imagens de empreendimentos, Anderson Rodrigo de Alencar.
De acordo com a arquiteta do escritório StudioArch Vivian Millarch, a preocupação com os detalhes chega até os móveis usados nas imagens. "Podemos fazer uma sala com cadeiras que possuem pés cromados, o encosto de palha e o cliente vê como se fosse real. Com as perspectivas em 3D o morador tem noção do que cabe no ambiente e o que ele pode colocar ali", afirma.
Outro aspecto importante é a encenação das experiências que o futuro morador terá no local. "É preciso ter a fantasia, o sonho, fazer com que a pessoa deseje estar lá. As imagens do salão de festa podem ser feitas com um fim de tarde, aquele calor do sol amarelo. A mesa posta com as taças, as luminárias acessas. Tudo para dar aquela sensação que daqui a pouco os convidados estão chegando", revela Alencar.
Fidelidade
Além da realidade transmitida, a fidelidade das imagens é o principal detalhe que deve ser respeitado, segundo o diretor de empreendimentos da Swell Construções e Incorporações Leonardo Pissetti. Segundo ele, as áreas comuns são mais fáceis de projetar e entregar o produto final da mesma forma que foi representado. Já para as áreas internas, o comprador é informado que a ilustração das áreas privativas visa apenas facilitar a visualização do tamanho do ambiente e como ele poderá ser decorado.
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