Lixo sem separação, duto irregular de coleta e pouca atenção à questão ambiental deixavam Azionir Jazar, síndico do Edifício das Palmeiras, no Água Verde, preocupado. Ele mora no condomínio há dez anos e há nove assumiu o cargo. "Naquela época não havia uma norma clara quanto ao tratamento do lixo. Tínhamos um duto onde se jogavam as sacolas, que caiam diretamente em um recipiente na garagem. Muitas vezes os sacos chegavam abertos e havia reclamação quanto ao mau-cheiro", diz.Os 52 apartamentos que compõem o condomínio produzem um volume grande de resíduos e boa parte do que é descartado pode ser reciclado. "Sentia que faltava uma campanha de conscientização e um incentivo para todos colaborarem de forma a contribuir tanto para a preservação do meio ambiente, quanto para a limpeza e organização do condomínio."
O problema enfrentado por Jazar é recorrente em vários condomínios de Curitiba. O vice-presidente de Condomínios do Sindicato da Habitação e Condomínios do Paraná (Secovi-PR), Dirceu Jarenko, explica que costuma ouvir muitas reclamações nesse sentido. "Não dá para culpar apenas os síndicos, é preciso haver uma ação conjunta para resolver a questão", opina.
Soluções
No Edifício das Palmeiras a resolução veio a partir de uma assembleia onde se instituiu a prática da separação de lixo, deixando as obrigações dos condôminos clara no Regimento Interno. "Apesar de a medida ter mais de oito anos, estamos nos esforçando para conscientizar os moradores. Posso dizer que 80% dos apartamentos tomou por hábito a separação. Mas acredito que com o tempo esse índice melhorará", afirma Jazar.
Na prática a medida funciona com lixeiras específicas para cada tipo de lixo. "Os condôminos depositam seus resíduos orgânicos em um tambor e os recicláveis em outro. Um funcionário da noite leva o lixo comum para fora, próximo da hora que o caminhão da prefeitura passa. Os recicláveis são entregues diariamente para uma pessoa que compra e encaminha para uma cooperativa de reciclagem", descreve o síndico.
O dinheiro arrecadado, cerca de R$ 50 mensais, vai para o fundo de reserva do condomínio. "O valor é simbólico, o que importa é a colaboração com o meio ambiente", ressalta Jazar que optou por não estabelecer punições com multa para quem não separa o lixo. "Prefiro fazer a cobrança na conversa e creio que essa fórmula tem dado mais resultado. Os moradores têm trazido o lixo reciclável separado e limpo", diz.
Campanhas de conscientização, tanto por parte das autoridades, quanto dos síndicos, é o que defende o Secovi. Dirceu Jarenko diz que as normas variam de acordo com o Regulamento Interno de cada condomínio, que deve disciplinar toda a questão do lixo, como separação, acomodação, transporte e possível aplicação de multa em caso de descumprimento das normas.
Ele indica, para os síndicos que encontram dificuldade nesta questão, a adoção de campanhas com circulares e cartazes na área comum, reforçando as obrigações dos condôminos.
Jarenko afirma ainda que, após o lixo ser destinado à lixeira, passa a ser de responsabilidade do condomínio o destino a ser dado ao mesmo. "Os funcionários devem realizar a limpeza das lixeiras regularmente e evitar colocar o lixo na rua nos dias em que o caminhão não passa, como nos feriados, ou antes do horário pré-determinado pelo serviço municipal de coleta de lixo".
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