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Antiga despensa sem uso, com pouco mais de 6 metros quadrados, virou adega em projeto de Gisela Miró | Patricia Lion/Divulgação
Antiga despensa sem uso, com pouco mais de 6 metros quadrados, virou adega em projeto de Gisela Miró| Foto: Patricia Lion/Divulgação
  • Mariana Stockler criou um bar
  • Armário no corredor, projetado por Thaís Almada, deu charme e utilidade ao cantinho

Espaço sobrando é artigo raro nas grandes cidades. Com o metro quadrado de imóveis novos muito valorizado, cada centímetro das casas – ou dos apartamentos, cada vez menores – precisa ser bem aproveitado. Mas o que fazer com aquele cantinho "morto"? Há locais da residência em que nenhum móvel se encaixa. É o vão da escada, o canto da lavanderia ou o nicho da sala que parecem não ter vocação para nada. Esse, porém, é o olhar do leigo. Arquitetos de interiores sabem como transformar esses vazios em espaços úteis e bonitos.

A arquiteta Thaís Almada, professora do Centro de Edu­cação Profissional de Design, Artes e Profissões (Cepdap), sugere algumas opções. "Tudo depende do tamanho do espaço. O canto embaixo da escada pode ser um problema, pois é cheio de ângulos. Se a intenção é colocar um móvel, a solução é recorrer a um marceneiro", indica.

Outras ideias para a escada são transformar em canto de leitura, com prateleiras para livros, ou em um pequeno escritório. Apreciadores de vinho podem montar uma adega no espaço.

Charme

A arquiteta Gisela Car­nasciali Miró propôs o aproveitamento do depósito de um sobrado em Curitiba para o gosto da família. "Era um quarto sem uso, anexo à garagem, que ganhou nova função", conta Gisela. "Com uma repaginada, virou adega, com direito a armários de bebida, climatizadores e móveis que garantem o clima descontraído e elegante desejado pelo cliente", explica.

Com 6,8 metros quadrados, o espaço teve um investimento de cerca de R$ 8 mil para se transformar em adega. Além da pintura e troca do piso, foi feita instalação de móvel sob medida, com portas e prateleiras de vidro para valorizar copos e bebidas. Para completar, a mesinha comprada em loja de departamentos deu o toque final, junto ao quadro do arquiteto curitibano Eli Loyola.

Bar ou jardim

Espaços "mortos" como o vão da escada também podem se transformar em bar – como no projeto da arquiteta Mariana Stockler – ou em jardim interno. "Nesse caso é preciso levar em conta a iluminação e a circulação de ar, pois mesmo as espécies de plantas que preferem sombra precisam de um pouco de luz natural", orienta Thaís Almada.

Em um projeto recente, a professora do Cepdap transformou o canto do corredor de um apartamento residencial em espaço útil. Thaís desenhou um armário com design leve e contemporâneo e, de quebra, deu charme ao cômodo.

Para pequenos espaços na cozinha, ela indica que os vazios sejam aproveitados para organizar utensílios pouco utilizados. "Podemos usar gaveteiros adaptáveis para guardar itens menos essenciais", exemplifica. Para o armário que tem um lado de difícil acesso, como cantos em "L", a dica de Thaís é optar por prateleiras giratórias.

Móveis com rodinhas são uma boa ideia para espaços com pouca metragem, como despensa e lavanderia. "Esse tipo de peça pode ficar naquele local sem acesso, onde não teria como colocar um armário com gaveta ou porta. Quando precisar pegar algum produto é só puxar e, depois, colocar de volta", lembra a arquiteta.

Função dupla

Para itens que não cabem nos armários, a sugestão é ter móveis com mais de uma funcionalidade. Um exemplo são os bancos e poltronas com espaço para guardar livros e outros objetos, além da porta de correr que pode servir como biblioteca e camas com gaveteiros embutidos.

As ideias valem, também, para espaços comerciais. Em um consultório onde uma coluna atrapalhava o ambiente, Thaís revestiu o "problema" com pedra, criando, assim, uma solução que transformou a peça em armário.

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