Antes mesmo de Curitiba se tornar a metrópole que é hoje, um bairro já exibia vocação para a independência em relação ao Centro: o Portão. Graças à facilidade de acesso e à tradição de ser um dos povoamentos mais antigos da capital paranaense, o Portão se tornou uma das principais referências da região Sul da cidade.
Esse é um dos casos em que o senso comum corresponde com exatidão à realidade. "Este foi o primeiro bairro a ter vida própria em Curitiba", afirma Luiz Antonio Cossio, diretor da Imobiliária Thá. Assim como ele, o diretor comercial da Imobiliária 2000, Maurício Moritz, e o sócio da Executivos Imobiliários, Hamilton Saporski Dallin Filho, ressaltam que a história explica a independência do Portão. "É um bairro antigo em que estavam enraizadas todas as camadas da população, com imigrantes de todas as partes", conta Dallin Filho. "Quando eu era menino, entrava-se em Curitiba pela República Argentina. No início, o Portão foi a porta de entrada da cidade", lembra Moritz.
A agitação comercial no entorno do Portão foi crucial para o desenvolvimento do bairro, explica o diretor da 2000. "Boa parte da indústria madeireira de Curitiba, que era muito importante naquela época, estava lá. Era onde corria o dinheiro, gerou muita prosperidade na região", diz Moritz. O resultado é que no Portão tem de tudo: comércio e serviços distribuídos ao longo da avenida República Argentina, uma vasta área residencial e, alívio para a classe média, preços mais em conta que os vizinhos Água Verde e Vila Izabel.
O problema, no entanto, é que a oferta neste segmento é reduzida. "Para a classe média, a procura supera a oferta", diz Dallin Filho. Tanto que ele nota uma tendência de valorização dos preços na região. "Um apartamento de três quartos que custava R$ 80 mil há dois anos passou para R$ 95 mil", conta.
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