Tecnologia
Gestão da informação melhora o trabalho no canteiro de obras
Um serviço de consultoria que coleta e analisa dados da obra para otimizar os processos na construção civil foi a novidade apresentada pela Campestrini Gestão de Projetos durante o 5ª edição do Eninc. Incubada pela Agência de Inovação da Universidade Federal do Paraná (UFPR), a empresa trabalha com dois serviços. Na coordenação de projetos em BIM (modelagem da informação da construção, em português), a empresa gerencia todos os aspectos que envolvem o desenvolvimento do projeto e centraliza as informações em um banco de dados único. Isso permite uma visão completa do empreendimento e possibilita simular a execução da obra e corrigir possíveis diferenças de prazos, custos e qualidade.
Já na área de gestão da informação que pode ser iniciada na fase de projeto ou com a obra em curso , a Campestrini capacita um profissional para coletar informações dentro do canteiro e atualizá-las para todos os envolvidos na construção. "Esse banco de dados serve para orientar a execução da obra, avaliando a compra de produtos e atrasos", explica Tiago Francisco Campestrini, proprietário da empresa. "Também permite analisar deficiências e boas práticas que servirão de parâmetro no projeto de um novo empreendimento, fechando um ciclo de melhoria contínua", complementa.
Sistemas de construção a seco. Softwares que reúnem e gerenciam informações do canteiro de obras. A construção civil está constantemente em busca de inovações que respondam às necessidades do mercado e às novas demandas econômicas e ambientais do setor. Algumas dessas novidades puderam ser conferidas na 5.ª edição do Encontro Nacional para Inovação na Construção Civil (Eninc), promovido pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil no Paraná (Sinduscon-PR), na segunda-feira (02) e terça-feira (03). Empresas de diversos segmentos apresentaram seus produtos e tecnologias a estudantes, profissionais e entidades do setor.
Tecnologia construtiva
Os sistemas de construção a seco estão conquistando cada vez mais espaço no mercado brasileiro, em substituição às obras de alvenaria, e já chegaram, inclusive, às residências do segmento popular.
Neste setor, o Inovatec System esteve entre as novidades apresentadas durante o 5.º Eninc. Criado nos Estados Unidos e licenciado no Brasil pela Inepar Triunfo Sistemas Construtivos, o método utiliza painéis compostos por espuma de PIR (poliisocianurato), composta de fibra de vidro e resina para a construção de residências em pouquíssimo tempo.
As placas são produzidas com 2,5 metros por 12 metros e saem da fábrica prontas para serem instaladas na medida exata das paredes, com cortes para portas e janelas e com a instalação elétrica já embutida. Na obra, são instaladas sobre perfis de fibra de vidro e resina em formato "U" e "H" e coladas umas nas outras de acordo com a planta de montagem da casa. "Um diferencial é que não há a necessidade de uma estrutura auxiliar, como ocorre com outros sistemas construtivos a seco, pois o painel já é estrutural", explica Newton Fernando, arquiteto e responsável técnico do sistema no Brasil.
Vantagens
A agilidade e o custo da obra, equivalente ao de uma construção de alvenaria, são outros diferenciais do sistema, que permite que uma casa de 45 m² seja montada e receba todo acabamento em apenas dois dias. "O conforto térmico da residência também é favorecido, pois as variações de temperatura no ambiente interno são muito baixas, mantendo-se entre 17ºC e 24ºC", explica Fernando.
O Inovatec System também tem atrativos ligados à sustentabilidade. O consumo de energia utilizado para a construção pelo sistema representa um quarto do utilizado em uma obra de alvenaria. Por ser entregue nas medidas da casa, a construção não gera resíduos. "As sobras decorrentes da adaptação das placas ficam na fábrica e são utilizadas para a fabricação de subprodutos, como chapas para a produção de móveis", conta o arquiteto.
Da parede ao acabamento
Outra solução que surpreendeu os participantes do evento foi a Biomassa Assentamento de Bloco, produto que substitui a tradicional massa de cimento para o assentamento de tijolos ou de blocos de concreto na construção de paredes de alvenaria.
Desenvolvida pela Biomassa do Brasil, a massa é comercializada pronta para uso, dispensando o preparo na obra da mistura que leva areia, cal, cimento e água para a fixação dos tijolos. O produto ainda vem em uma bisnaga que facilita sua aplicação, o que otimiza o processo construtivo e reduz o desperdício de matéria-prima.
Segundo Rafael do Valle, gerente comercial da empresa, a Biomassa rende 20 vezes mais do que o cimento comum e resulta numa economia de até 40% nos custos ao final da obra. "Um pacote de três quilos de Biomassa ergue dois metros quadrados de parede. A mesma metragem precisaria de cerca de 60 quilos para ser levantada com o cimento convencional. Essa diferença se dá, principalmente, pela quantidade de massa que é desperdiçada no sistema tradicional, o que reflete em maiores custos e na geração de resíduos na obra", explica. A secagem da massa é rápida e entre duas e quatro horas a parede está pronta para receber o reboco.
Além do produto para assentamento de tijolos, a empresa oferece argamassa e rejunte em diversas cores prontos para a colocação de pisos e azulejos, seja em áreas internas ou externas. "O fato do produto vir pronto e em embalagem própria para a aplicação possibilita o faça você mesmo na execução de pequenos reparos. E, se sobrar material, basta fechar bem o pacote para que as massas possam ser utilizadas dentro do prazo de um ano", explica Valle.
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