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Painéis são feitos com espuma PIR (poliisocianurato), que tem fibra de vidro e resina na composição | Divulgação
Painéis são feitos com espuma PIR (poliisocianurato), que tem fibra de vidro e resina na composição| Foto: Divulgação

Tecnologia

Gestão da informação melhora o trabalho no canteiro de obras

Um serviço de consultoria que coleta e analisa dados da obra para otimizar os processos na construção civil foi a novidade apresentada pela Campestrini Gestão de Projetos durante o 5ª edição do Eninc. Incubada pela Agência de Inovação da Universidade Federal do Paraná (UFPR), a empresa trabalha com dois serviços. Na coordenação de projetos em BIM (modelagem da informação da construção, em português), a empresa gerencia todos os aspectos que envolvem o desenvolvimento do projeto e centraliza as informações em um banco de dados único. Isso permite uma visão completa do empreendimento e possibilita simular a execução da obra e corrigir possíveis diferenças de prazos, custos e qualidade.

Já na área de gestão da informação – que pode ser iniciada na fase de projeto ou com a obra em curso –, a Campestrini capacita um profissional para coletar informações dentro do canteiro e atualizá-las para todos os envolvidos na construção. "Esse banco de dados serve para orientar a execução da obra, avaliando a compra de produtos e atrasos", explica Tiago Francisco Campestrini, proprietário da empresa. "Também permite analisar deficiências e boas práticas que servirão de parâmetro no projeto de um novo empreendimento, fechando um ciclo de melhoria contínua", complementa.

  • Rafael do Valle e Henrique Cesar, da Biomassa. Produto pronto rende 20 vezes mais do que o cimento e gera economia de até 40%

Sistemas de construção a seco. Softwares que reúnem e gerenciam informações do canteiro de obras. A construção civil está constantemente em busca de inovações que respondam às necessidades do mercado e às novas demandas econômi­cas e ambientais do setor. Algumas dessas novidades puderam ser conferidas na 5.ª edição do Encontro Nacional para Ino­vação na Construção Ci­vil (Eninc), promovido pelo Sin­dicato da Indústria da Cons­trução Civil no Paraná (Sin­duscon-PR), na segunda-feira (02) e terça-feira (03). Empresas de diversos segmentos apresentaram seus produtos e tecnologias a estudantes, profissionais e entidades do setor.

Tecnologia construtiva

Os sistemas de construção a seco estão conquistando cada vez mais espaço no mercado brasileiro, em substituição às obras de alvenaria, e já chegaram, inclusive, às residências do segmento popular.

Neste setor, o Inovatec System esteve entre as novidades apresentadas durante o 5.º Eninc. Criado nos Estados Unidos e licenciado no Brasil pela Inepar Triunfo Sistemas Construtivos, o método utiliza painéis compostos por espuma de PIR (poliisocianurato), composta de fibra de vidro e resina para a construção de residências em pouquíssimo tempo.

As placas são produzidas com 2,5 metros por 12 metros e saem da fábrica prontas para serem instaladas – na medida exata das paredes, com cortes para portas e janelas e com a instalação elétrica já embutida. Na obra, são instaladas sobre perfis de fibra de vidro e resina em formato "U" e "H" e coladas umas nas outras de acordo com a planta de montagem da casa. "Um diferencial é que não há a necessidade de uma estrutura auxiliar, como ocorre com outros sistemas construtivos a seco, pois o painel já é estrutural", explica Newton Fernando, arquiteto e responsável técnico do sistema no Brasil.

Vantagens

A agilidade e o custo da obra, equivalente ao de uma construção de alvenaria, são outros diferenciais do sistema, que permite que uma casa de 45 m² seja montada e receba todo acabamento em apenas dois dias. "O conforto térmico da residência também é favorecido, pois as variações de temperatura no ambiente interno são muito baixas, mantendo-se entre 17ºC e 24ºC", explica Fernando.

O Inovatec System também tem atrativos ligados à sustentabilidade. O consumo de energia utilizado para a construção pelo sistema representa um quarto do utilizado em uma obra de alvenaria. Por ser entregue nas medidas da casa, a construção não gera resíduos. "As sobras decorrentes da adaptação das placas ficam na fábrica e são utilizadas para a fabricação de subprodutos, como chapas para a produção de móveis", conta o arquiteto.

Da parede ao acabamento

Outra solução que surpreendeu os participantes do evento foi a Biomassa Assentamento de Bloco, produto que substitui a tradicional massa de cimento para o assentamento de tijolos ou de blocos de concreto na construção de paredes de alvenaria.

Desenvolvida pela Bio­massa do Brasil, a massa é comercializada pronta para uso, dispensando o preparo na obra da mistura que leva areia, cal, cimento e água para a fixação dos tijolos. O produto ainda vem em uma bisnaga que facilita sua aplicação, o que otimiza o processo construtivo e reduz o desperdício de matéria-prima.

Segundo Rafael do Valle, gerente comercial da empresa, a Biomassa rende 20 vezes mais do que o cimento comum e resulta numa economia de até 40% nos custos ao final da obra. "Um pacote de três quilos de Biomassa ergue dois metros quadrados de parede. A mesma metragem precisaria de cerca de 60 quilos para ser levantada com o cimento convencional. Essa diferença se dá, principalmente, pela quantidade de massa que é desperdiçada no sistema tradicional, o que reflete em maiores custos e na geração de resíduos na obra", explica. A secagem da massa é rápida e entre duas e quatro horas a parede está pronta para receber o reboco.

Além do produto para assentamento de tijolos, a empresa oferece argamassa e rejunte – em diversas cores – prontos para a colocação de pisos e azulejos, seja em áreas internas ou externas. "O fato do produto vir pronto e em embalagem própria para a aplicação possibilita o ‘faça você mesmo’ na execução de pequenos reparos. E, se sobrar material, basta fechar bem o pacote para que as massas possam ser utilizadas dentro do prazo de um ano", explica Valle.

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