Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Se essa rua fosse minha...

Uma década de transformações

Há pouco mais de dez anos, grande parte da Rua Anne Frank ainda era tranqüila. Em sua extensão, o que se encontrava com freqüência eram algumas casas de alvenaria entre as muitas de madeira, onde viviam fazendeiros e os comerciantes que possuíam lojas na Avenida Marechal Floriano Peixoto. Até a sua pavimentação definitiva e transformação em via rápida a partir do Terminal do Carmo, em 1995, seus moradores conviviam em harmonia com a natureza e o silêncio.

O fim dos tempos de "anti-pó" marcou o início das mudanças para a Rua Anne Frank. Transformada em via rápida, ela registrou uma explosão demográfica: as pequenas casas aos poucos deram espaço aos barracões e escritórios comerciais, presentes em abundância no local. O movimento se acentuou, principalmente depois do cruzamento com a Rua Napoleão Laureano, onde a rua passou a ser mão única no sentido bairro-centro.

Para quem vive há muitos anos ali, a transformação foi surpreendente. "Antigamente aqui era conhecido como rua 17. Grande parte era propriedade particular e pertencia aos irmãos Abagge, que extraíam barro dos locais banhados para a olaria. Na época, era impossível trafegar com carros, já que não havia estrada, apenas mato", conta o morador e comerciante Wilson Camargo.

Ele considera que o desenvolvimento recente afastou parte dos moradores que apreciavam a calmaria, mas também que os remanescentes dificilmente irão se desfazer das propriedades. "Penso que a Anne Frank não deixará de ser residencial, mesmo com o grande fluxo dos carros." O comércio, para ele e a família, só trouxe vantagens. "Reunimos o útil ao agradável: abrimos uma loja de acessórios para pintura, ministramos aulas e ainda moramos nos fundos", explica Camargo.

Para Wilson Calixto Filho, morador da região há 50 anos e proprietário da Unidade Imóveis, a rua se desenvolveu extraordinariamente na última década. "Ela é considerada a ‘espinha dorsal’ da Avenida Marechal Floriano Peixoto, já que escoa todo o movimento do Boqueirão e São José dos Pinhais para o centro. Além disso, virou um pólo de serviços, com muitos barracões, transportadoras e escritórios comerciais", relata.

Calixto afirma ainda que a possibilidade de estacionamento em ambos os lados da rua e a sua topografia plana também são aspectos que valorizam a artéria para se tornar uma região comercial. "Tanto a venda como a locação estão aquecidas. O valor do metro quadrado dos terrenos chega a custar R$ 220. Já para locação, alguns barracões bem centralizados custam em média R$ 3 mil por mês", destaca.

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.