Até 2018, o Cabral deve receber pelo menos mais um empreendimento residencial de altíssimo padrão, o Ícaro Jardins da Graciosa, pré-lançado pela incorporadora AG7 em meados de novembro. Com isso, o bairro da região norte de Curitiba segue se consolidando como uma região de alto padrão, ao lado do Batel e do Ecoville. Se num primeiro momento essa potencialidade foi identificada devido à proximidade do bairro com o Centro e à presença do Graciosa Country Club, hoje os motivos são diferentes.
INFOGRÁFICO: Confira a localização das obras previstas para a região
“O Cabral tende a continuar atraindo famílias de renda média e alta, simplesmente porque os terrenos são caros”, avalia o diretor de Pesquisa de Mercado da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi/PR), Fábio Tadeu Araújo. A alta no preço dos lotes não estaria ligada exclusivamente à valorização da região nos últimos anos: com menor disponibilidade de áreas, hoje é preciso comprar mais de um terreno para construir um novo empreendimento e, muitas vezes, a área comprada já está construída. “Quando já tem uma casa, o valor do terreno não é o mesmo que o de um terreno baldio e ele vai ter que ser embutido no valor do empreendimento, por isso surgem mais imóveis de alto padrão”, explica o diretor de empreendimentos da Swell Construções e Incorporações, Leonardo Pissetti.
Além disso, o local vive um “círculo virtuoso” relacionado ao padrão. O crescimento iniciado há cerca de 15 anos promoveu a concentração de famílias de alta renda, atraindo comércio e serviços que atendessem à demanda desse público. Houve uma valorização da região, atraindo mais público, comércios e serviços. “Estamos experimentando um novo momento, de um bairro estabelecido. As pessoas não precisam ir para outros lugares para atender suas necessidades. Os lançamentos não são muitos, mas são resilientes”, diz o diretor da AG7 Realty, Alfredo Gulin Neto.
345
apartamentos residenciais novos em estoque no bairro, o que representa 3% do total de unidades ofertadas na cidade. Em 2014, o estoque era de 394 unidades e, em 2013, 389.
Centro Judiciário
Além desse ciclo de valorização do bairro, existe uma expectativa de que a finalização das obras do Centro Judiciário dê nova vida à área ao redor do antigo Presídio do Ahú. “Há uma faixa ali onde não tem nada, porque não existe interesse em morar num prédio de fundos para uma penitenciária abandonada”, avalia Pissetti.
Para os representantes do setor, entre os futuros moradores da região devem estar os próprios trabalhadores do Centro Judiciário, assim como escritórios de advocacia e serviços relacionado à Justiça devem se estabelecer em empreendimentos comerciais do bairro.
A perspectiva positiva só é assombrada pela dúvida com relação à finalização dessa obra. “Já caiu numa fase de lenda”, diz Araújo.
Na visão do setor, outras obras públicas previstas ou em andamento na região, como a finalização da Casa da Mulher Brasileira e a reforma do Campus Juvevê da Universidade Federal do Paraná, não devem exercer grande influência sobre o mercado imobiliário no bairro.
R$ 7.129
é o preço médio do metro quadrado privativo para apartamentos residenciais novos (dado de agosto/2015), segundo a Ademi/PR. Valor é 15% superior ao registrado em dezembro de 2013 e 3,9% maior do que valor de dezembro de 2014.
Arthur Casas assina novo projeto no bairro
Construir um novo empreendimento de alto padrão em uma região dominada por eles requer proporcionar um diferencial para atrair a atenção do mercado. Por isso, a AG7 Realty optou por investir em arquitetura autoral para o Ícaro Jardins da Graciosa, chamando o arquiteto paulistano Arthur Casas para fazer o projeto. “Quem consome design e luxo, compra roupas e bolsas de marcas renomadas, mas quando compra um imóvel não sabe quem o fez. Por isso trouxemos o Arthur Casas”, explica o diretor da AG7 Realty, Alfredo Gulin Neto.
Conhecido por projetar mansões, Casas foi considerado ideal para o novo empreendimento, porque o objetivo da incorporadora é oferecer unidades que se assemelhem a “casas suspensas” e sobrepostas. Para isso, todas as 21 unidades devem ter ambientes amplos, pé direito alto, grandes terraços, portas-janelas e floreiras para cada família cultivar o seu jardim.
Divididas em três torres, as “casas suspensas” terão plantas variadas e modulares. Os apartamentos “tipo” terão entre 323 e 551 metros quadrados (m²) de área privativa, enquanto as coberturas terão de 600 a 800 m² privativos. Entre as áreas comuns estão salão de festas, playroom, piscina, academia e lareira externa.
Apesar da grandiosidade do projeto, Gulin Neto avisa que o objetivo não é a extravagância. “Por mais sofisticado que seja o projeto, o que se procura é uma sensação de bem-estar dentro do apartamento”, diz. O lançamento oficial está previsto para março de 2016.
Para além do terminal
A região mais desenvolvida do bairro vai do centro até o Terminal do Cabral. Dali para frente, há “um vazio urbano”, onde, segundo o representante da Ademi/PR, há o maior potencial para mudança na região. “Se tem um local com potencial em termos de volume, é esse”, diz Araújo. No entanto, a expectativa é de que os empreendimentos implantados ali sejam mais voltados para famílias de rendas médias
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