O sucesso das “vaquinhas” virtuais para viabilizar novos produtos e o surgimento de startups começa a atrair a atenção do mercado imobiliário. Nos Estados Unidos, na Europa e também no Brasil, empresas dedicadas a intermediar campanhas de financiamento coletivo oferecem desde participações em unidades residenciais até empreendimentos inteiros em troca de rendimentos que se aproximam de aplicações mais conservadoras, como a renda fixa.
Principal mercado do mundo para o crowdfunding, como é chamado o financiamento coletivo, os Estados Unidos estimam que essa modalidade de investimento deve trazer US$ 3,5 bilhões para as incorporadoras em 2016, segundo projeções da Massolution, que atua no setor. No Brasil, apenas dois projeto foram lançados para o setor de imóveis, sendo que só um finalizado.
Organizada pela startup gaúcho Urbe.me em 2015, uma campanha angariou por 90 dias R$ 1,28 milhão para um empreendimento em São Paulo. A outra, iniciada há 14 dias, busca R$ 2,4 milhões para um prédio residencial em Porto Alegre.
“Esse dinheiro levantado via financiamento coletivo é só uma pequena parcela do que a incorporadora vai precisar. Mas vale a pena pela divulgação. Como a gente oferece um lucro de até 13% sobre o valor vendido, também não oferece risco para o empresário”, conta Paulo Deitos, sócio da Urbe.me. O mínimo para investimento na plataforma é R$ 1 mil.
Em operação desde o início da semana no País, a Bricksave, fundada no ano passado em Londres, atua no mesmo nicho, só que de forma diferente. Em vez de procurar o financiamento coletivo para iniciar um imóvel, busca unidades já prontas para depois abrir a campanha pela internet.
“O investidor compra uma parte do imóvel, recebe o proporcional do aluguel e, em no máximo quatro anos, vendemos o imóvel garantindo um retorno de 20% sobre o valor inicial”, conta a gerente de operações da empresa, Sofia Gancedo. O valor mínimo exigido pela Bricksave é de US$ 2,5 mil. “Compramos imóveis de luxo porque é um nicho mais protegido de ciclos econômicos”, diz.
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