Após meses com resultados abaixo dos alcançados nos últimos anos, o mercado de venda de imóveis usados parece estar recuperando o fôlego. Em fevereiro, a comercialização de unidades residenciais foi a maior dos últimos oito meses e somou 610 unidades.
INFOGRÁFICO: Veja a evolução nas vendas de imóveis usados
Mesmo assim, o desempenho do setor ficou 19,6% abaixo do alcançado no mesmo mês de 2015, quando 759 unidades foram negociadas, segundo estimativa do Instituto Paranaense de Pesquisa e Desenvolvimento do Mercado Imobiliário e Condominial (Inpespar), ligado ao Sindicato da Habitação e Condomínios do Paraná (Secovi-PR).
De acordo com os especialistas, a retração no lançamento de novas unidades é um dos fatores que têm favorecido o mercado de usados. Luiz Augusto Brenner Rose, diretor de atendimento da imobiliária Lopes, explica que, como boa parte dos empreendimentos novos estão prontos [ou em fase final de obras], eles demandam um volume de entrada semelhante ao necessário para a aquisição de uma unidade usada. “Como o usado é mais barato, uma parcela dos clientes migrou para este mercado”, sinaliza.
Para Luciano Tomazini, vice-presidente de comercialização imobiliária do Secovi-PR, a postura de alguns proprietários em relação à adequação dos preços para “um valor real de mercado” – acompanhando o movimento de reajustes moderados dos imóveis novos – é outro ponto que estimula as negociações. Em fevereiro, o preço médio do m² total das unidades era de R$ 3.529,15, 5% superior ao praticado no mesmo mês de 2015.
Estoque
Embalado pelo aumento nas negociações, o estoque de imóveis usados também caiu na cidade. Em fevereiro, o número de unidades à venda chegou a casa dos 20,3 mil imóveis, menor número desde agosto de 2015.
A retração, no entanto, não deve ter reflexos imediatos sobre o reajuste do valor das unidades, como aponta Tomazini. “Para pressionar os preços, o estoque ainda está um pouco elevado. Mas, em continuando esta tendência de queda, ele deve atingir a [oferta ideal] em menos de um ano”, projeta.
Para 2016, os especialistas estão otimistas quanto ao cenário que se desenha para o setor, principalmente após a elevação do teto para o financiamento de imóveis usados pela Caixa Econômica Federal, no último dia 08 de março.
Na ocasião, o banco estatal ampliou para 70% o limite para a tomada do crédito pelo Sistema Financeiro de Habitação (SFH) e para 60% o dos imóveis do Sistema Financeiro Imobiliário (SFI), ante os 50% e 40% praticados para o setor privado, respectivamente, desde maio de 2015.
“Começamos 2016 com o pé direito. As vendas aumentaram, o estoque baixou e a Caixa Econômica coroou esses números com a ampliação do crédito, que é um dos principais fatores que alavancam o mercado imobiliário”, resume Tomazini.
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