O problema…

É um fato sabido: a educação brasileira foi uma verdadeira tragédia ao longo dos últimos anos.

Em 2014, ranking organizado pela Pearson Education, colocou os alunos brasileiros no 38º lugar dentre 40 países.

Em outra medição, feita pela OCDE, a educação tupiniquim ficou na 34º colocação de 38.

No famoso exame PISA, de 2012, entre 65 nações, o Brasil amargou a 58º posição.

E não estamos melhorando. O gráfico abaixo, elaborado pelo site Spotniks, mostra a decadência brasileira no tocante à colocação no PISA. Perceba que após leve melhora o abismo segue após o ano de 2003, quando houve mudança na chefia do Poder Executivo da União:

Não é só uma questão de dinheiro…

O Brasil é hoje 9º economia mundial e tem um gasto percentual sobre o PIB em educação superior à média dos países da OCDE.

No ensino superior, batemos o investimento por aluno dos países ricos até mesmo em valores absolutos.

Recente reportagem da Gazeta do Povo mostrou que países mais pobres têm alcançado rendimento educacional superiores a nós.

O gráfico abaixo, elaborado pela Fundação Indigo, aponta o crescimento dos gastos a partir de 2003 (colunas azuis), ao mesmo tempo em que registra a estagnação do desempenho dos alunos brasileiros (linhas verde, amarela e vermelha):

Se não é dinheiro, qual o ponto? A cooptação partidária é um deles!

O problema da educação brasileira é complexo, e apontar medida única como panaceia seria, sem dúvida, simplista e enganoso.

Porém, há dois pontos que, com certeza, têm somado para o fracasso:

1º) nosso sistema educacional é estatista e centralizador;

2º) em ampla medida o sistema de ensino foi partidariamente cooptado, especialmente nas disciplinas de humanas, fenômeno que tem sido apontado pelo nome de doutrinação.

De fato, não importa quanto dinheiro você irá colocar na educação: se doutrinação trocar o pluralismo de ideias pela homogeneização sufocante; o pensamento crítico pela posição servil a uma agenda partidária; e a criatividade e o livre pensar pela resignação amorfa, os alunos continuarão tendo os mesmos resultados medíocres.

Os cursos em defesa da impunidade de Dilma

O fato ficou ainda mais escancarado nos últimos dias quando várias universidades públicas lançaram cursos que visam defender que a ex-presidente Dilma Rousseff, julgada impedida, deveria ter passado impune após o cometimento de crimes responsabilidade por fraudes fiscais da ordem de 60 bilhões de reais. Prática essa que ajudou a agravar o cenário brasileiro levando à pior recessão da história do país, fato que jogou mais de 8 milhões de pessoas para baixo da linha da miséria e destruiu milhões de empregos.

A conduta ímproba levou a uma dupla rejeição das contas da ex-Presidente pelo TCU, nos anos de 2014 e 2015, e terá repercussões judiciais na esfera penal e por ato de improbidade administrativa.

Os cursos em defesa da impunidade de Dilma geraram preocupação por vários blogs comprometidos com a educação no Brasil.

Os exemplos de doutrinação são muitos, sendo este apenas o último e um dos mais descarados.

E aqui vão 4 fatos que mostram como a educação partidariamente aparelhada foi, nos últimos anos, de mal a pior:

1) Temos os alunos mais indisciplinados do planeta

Conforme dados levantados no ano de 2013, em estudo da OCDE, o Brasil ficou em último lugar no quesito disciplina escolar.

Os professores por aqui perdem mais de 20% do tempo de aula com chamadas de atenção, e 6 a cada 10 professores disseram ter problemas de indisciplina em sala de aula.

2) Brasil lidera ranking de violência contra professores

Pesquisa do ano de 2014 constatou que 12,5% dos professores brasileiros alegam que sofrem violência verbal ou intimidações pelo menos uma vez por semana.

A pesquisa envolveu mais de 100.000 professores em 34 países, e o dado chocante colocou nossa educação no topo negativo do ranking.

3) Temos a 3ª pior taxa de evasão escolar

Relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) de 2012 apontou que nada menos do que 24,3% dos jovens brasileiros abandonavam a escola antes de encerrar o último ano do ensino básico.

Com essa marca, registrávamos o terceiro pior resultado dentre 100 países.

O mesmo relatório consignou ainda que tínhamos o menor número de anos de estudo dentre as nações sul-americanas.

4) Estudantes brasileiros têm o segundo pior nível de aprendizado do mundo

Segundo estudo feito no ano de 2012, àquela altura 1,1 milhão de brasileiros com 15 anos de idade estavam abaixo do nível elementar para compreensão de textos e faleciam de conhecimentos básicos em matemática e ciências.

O Brasil também estava entre os top 10 de desigualdade de aprendizado entre os alunos quando segmentados por renda.

Os resultados colocaram o Brasil na segunda pior posição dentre os 64 países que participaram da pesquisa.

Possíveis soluções:

a) Instituições que apoiem a liberdade de aprendizado dos alunos

O princípio da cidadania é a consciência dos próprios direitos.

Por isso, em vista dos abusos da cooptação partidária, extremamente conveniente o avanço de instituições que divulguem os direitos dos alunos em sala de aula, democratizando a cidadania acadêmica.

Tais projetos sofrerão, sem dúvida, forte reação de simpatizantes dos grupos promotores da doutrinação. De todo modo, para que o Brasil possa melhorar seus indicadores, o que exige solucionar essa questão, importante que os projetos sejam socialmente debatidos e apoiados.

b) Adoção de um sistema educacional mais livre e menos estatizante

Países que têm investido em modelos de educação mais livre, apostando em instituições privadas e comunitárias, com auxílio do governo mediante bolsas de estudo quando necessário, têm alcançado resultados educacionais muito superiores.

Mas não é apenas uma questão de eficiência. É também uma questão de liberdade e de justiça.

Liberdade porque num sistema em que o aluno pode escolher a instituição, ele fica livre para evitar ambientes com baixo nível educacional por força da cooptação partidária dos conteúdos.

Ademais, nesse caso, os grupos ligados a partidos poderão ensinar o que quiserem, mas não impor sua ideias a ninguém, dado que os discentes terão autonomia para trocar de instituição caso queiram.

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