"Acho que em qualquer época eu teria amado a liberdade; mas na época em que vivemos, sinto-me propenso a idolatrá-la"
(Tocqueville)

15 gráficos que mostram por que a Liberdade Econômica importa

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Suíça, país economicamente mais livre da Europa e 4º do Mundo
Suíça, país economicamente mais livre da Europa e 4º do Mundo

O liberalismo fez mais pelos pobres do que qualquer outro sistema na história.

Essa audaciosa e provocativa afirmação – que no Brasil choca com o establishment estatista nas universidades públicas, sindicatos, redações e editoras – foi feita, em entrevista exclusiva para a Gazeta do Povo, por Deirdre MacCloskey, historiadora, economista da Universidade de Chicago e autora da excelente trilogia literária: Burgeois VirtuesBurgeois Dignity e Burgeois Equality, mostrando que ideias mudaram o mundo e permitiram o avanço da economia de livre-mercado com todas suas incríveis conquistas sociais.

Pois bem. Após mais de duas décadas avaliando o nível de liberdade econômica das nações e constatando seus resultados de longo prazo, o Índice da Heritage Foundation, recentemente lançado com exclusividade no Brasil pelo jornal Gazeta do Povo, deixa patente o acerto do que afirmado acima.

O mencionado Índice de Liberdade Econômica mensura o quão livre é uma economia analisando quatro grupos de critérios:

a) Estado de Direito (Império da Lei): em que examina o respeito aos Direitos de Propriedade; a Eficiência Judicial ao assegurar o cumprimento dos direitos e dos contratos; e a Integridade de Governo (observância da Constituição e das leis e ausência de corrupção);

b) Peso do Governo: carga tributária; proporção da riqueza nacional consumida pelo Estado; e equilíbrio fiscal;

c) Grau de Intervencionismo do Estado: liberdade para empreender, averiguando a dificuldade para abrir, operar e fechar uma empresa (a partir do número de procedimentos burocráticos exigidos, quantidade média de dias de espera e custo, seja  para abrir, licenciar a operação ou encerrar um empreendimento); nível de intervenção do Estado nos contratos de trabalho, reduzindo sua liberdade; e liberdade monetária, ou seja, ausência de inflação e controle coercitivo sobre preços;

d) Abertura comercial: Liberdade de Comércio Exterior (ausência de barreiras tarifárias e não tarifárias à importação e exportação); Liberdade de Investimento (inexistência de amarras legais para movimentar capital de um setor para outro e através das fronteiras); e Liberdade Financeira (independência do setor bancário em relação ao Estado).

Para entender melhor, leia o item: “Definindo a Liberdade Econômica” no Ranking Completo da Gazeta do Povo.

A partir dessa análise o Índice de Liberdade Econômica da Heritage Foundation atribui uma nota de 0 a 100 para cada país, ranqueando as nações.

ranking é organizado em cinco grupos de países:

i) economias livres, formado pelas nações com nota igual ou superior a 80;

ii) economias majoritariamente livres, composto por Estados com nota inferior a 80 e igual ou superior a 70;

iii) economias moderadamente livres, dos países com nota inferior a 70 e igual ou superior a 60;

iv) economias majoritariamente não livres, com nota inferior a 60 e igual ou superior a 50 (aliás, classificação dentro da qual o Brasil se encontra); e

v) economias reprimidas, com nota inferior a 50.

O que a Heritage Foundation faz, então, é cotejar o resultado desse ranking com outros dados dos países, como velocidade na geração de riqueza (crescimento econômico), grau de empreendedorismo e inovação, padrão de vida da população (renda per capita), índice de desenvolvimento humano (IDH)taxa de pobreza, nível de mobilidade social ascendente (progresso social), democraciameio ambiente.

Depois de mais de 20 anos efetuando esse estudo, as conclusões são de manifesta e irretorquível correlação positiva entre liberdade econômica e ganhos sociais.

É por isso que a liberdade econômica importa, e aqui estão 15 gráficos que vão comprovar isso para você.

1. Liberdade Econômica e Geração de Riqueza

1. Liberdade Econômica e crescimento

https://www.heritage.org/index/book/chapter-2

O gráfico acima apresenta as taxas de crescimento médio anual do PIB per capita em três recortes temporais, na ordem da esquerda para a direita: últimos 5 (curto prazo), 10 (médio prazo) e 20 anos (longo prazo).

Essas taxas de crescimento médio baseam-se nos registros do Fundo Monetário Internacional – FMI, agência especializada da ONU em matéria financeira.

Cada um dos três grupos possui quatro colunas referentes à divisão das nações em agrupamentos com a mesma quantidade de países (1/4 em cada grupo): a primeira relativa à quarta parte dos países mais livres; a segunda referente-se quarta parte do segundo grupo mais livre; e assim por diante.

O gráfico deixa patente que há uma ligação entre o grau de liberdade econômica e a capacidade de geração de riqueza para a população.

 

2. Liberdade Econômica e Empreendedorismo

2. Liberdade Econômica e empreendedorismo

https://www.heritage.org/index/book/chapter-2

Em países com pouca burocracia, máquina estatal enxuta, forte império da lei e reduzidos graus de corrupção só há uma forma de atingir seus objetivos econômicos: servindo às demais pessoas por meio da colocação no mercado de bens e produtos que elas queiram adquirir, ao preço mais razoável possível, a fim de conquistar clientes.

Ou seja: em questões econômicas, a chave do sucesso em locais com liberdade é o empreendedorismo.

O gráfico acima comprova exatamente isso. Nele cada pequeno círculo azul é um país. A linha inferior refere-se ao nível de liberdade econômica no Índice da Heritage Foundation. Quanto mais à direita a bolinha azul, mais livre a economia.

A coluna da esquerda refere-se à nota de “ambiente econômico” no Índice de Prosperidade do Legatum Institute. Quanto mais verticalmente elevada a colocação do país no gráfico, melhor seu ambiente econômico.

A linha de tendência diagonal ascendente confirma a conexão entre liberdade econômica e um melhor ambiente para o dinamismo empreendedor.

E existe algo que é essencial ao empreendedorismo: inovação.

O gráfico abaixo corrobora essa intuição. Ele funciona do mesmo modo, porém na coluna da esquerda está a nota atribuída às economias pelo Global Innovation Index organizado pela Organização Mundial de Propriedade Intelectual, Cornell UniversityEscola Mundial de Negócios.

A linha de tendência também é diagonal ascendente, certificando que quanto maior a liberdade econômica, maior o talento inovador das pessoas em um país.

2. Liberdade Econômica e inovação

https://www.heritage.org/index/book/chapter-2

3. Liberdade Econômica e Padrão de Vida da População

3. Liberdade Econômica e nível de vida

https://www.heritage.org/index/book/chapter-2

A imagem acima contém dois gráficos: o primeiro compara o PIB per capita dos países (coluna da esquerda, de acordo com dados do FMI) em relação ao seu grau de liberdade econômica (linha inferior).

A ligação entre os dois fatores fica novamente atestada pela curvatura ascendente.

O segundo gráfico da imagem revela o PIB per capita médio dos países dentro de cada uma das classificações do Índice da Heritage Foundation: deixando manifesto que quanto mais livre o grupo, maior a prosperidade usufruída pelo povo.

Agora, sabe aquela conversa de “no Brasil isso não funciona”… Então, é mentira. É isso que mostra o gráfico abaixo, como explicaremos logo depois dele.

3. Liberdade Econômica e nível de vida nas regiões

https://www.heritage.org/index/pdf/2017/book/index_2017.pdf, p. 11

Quando se tornou inegável o sucesso dos países que adotaram economias de livre mercado, pessoas com ideologias contrárias a esse arranjo passaram a uma tática diversa: afirmar que, de fato, o liberalismo havia funcionado nas regiões ricas do globo, especialmente Europa e América do Norte; mas não funcionaria nas regiões atrasadas e pobres, porque elas entrariam tarde demais na competição global e seriam “devoradas” pelas nações poderosas.

O movimento terceiro-mundista, ou o conceito de “países de capitalismo tardio” – muito usado no Brasil – seguem um pouco essa linha argumentativa.

Este último gráfico, no entanto, compara o PIB per capita dentro dos continentes. E nele percebemos que mesmo dentro dos regiões menos prósperas, como África, Ásia, Oriente Médio, e Américas Central e do Sul, os países que optam pela liberdade econômica são mais bem sucedidos.

A coluna da esquerda referente a cada região representa o PIB per capita dos cinco países economicamente mais livres de cada região; enquanto a coluna da direita, as cinco nações menos livres.

A consequência é que em todas as comparações a coluna da esquerda é sempre muito maior, mostrando que as economias livres de cada região também apresentam resultados muito mais favoráveis para suas populações, e esse caminho não está fechado para país algum, de localidade alguma.

4. Liberdade Econômica: remédio para combater a pobreza

4. Liberdade Econômica e pobreza no mundo

https://www.heritage.org/index/book/chapter-2

A imagem acima possui três gráficos: o primeiro, mais à esquerda, refere-se ao nível global de liberdade econômica; o segundo, o PIB mundial em trilhões de dólares; e o terceiro, o percentual da população mundial que vive abaixo no nível da pobreza. Essas duas últimas informações são extraídas dos dados do Banco Mundial.

A comparação entre os três gráfico evidencia que o crescimento da liberdade econômica global está associado ao crescimento da riqueza e, por consequência, à redução da pobreza.

Já o gráfico abaixo contrapõe a intensidade de pobreza – conforme Relatório de Desenvolvimento Humano do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento  – em dois grupos de países: os considerados pela Índice da Heritage como majoritariamente livres ou moderadamente livres (coluna da esquerda); e majoritariamente não livres (onde está o Brasil) e nações com economias sob repressão (coluna da direita).

Defrontando ambas as colunas fica visível que a liberdade econômica é inversamente proporcional à intensidade de pobreza nos países.

4. Liberdade Econômica e pobreza nos países

https://www.heritage.org/index/book/chapter-2

5. Liberdade Econômica e Índice de Desenvolvimento Humano

5. Liberdade Econômica e desenvolvimento humano

https://www.heritage.org/index/book/chapter-2

O gráfico acima apresenta os cinco agrupamentos do Índice de Liberdade Econômica:

a) nações com economia reprimida: coluna vermelha;

b) economias majoritariamente não livres: coluna laranja, grupo em que o Brasil se encontra;

c) economias moderadamente livres: coluna amarela;

d) economias majoritariamente livres: coluna verde claro;

e) economias livres: coluna verde escuro.

Na ponta inferior de cada coluna consta o Índice de Desenvolvimento Humano – IDH médio de cada grupo de países (conforme Relatório de Desenvolvimento Humano do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), onde fica ostensivo que maiores níveis de liberdade econômica estão atrelados a IDHs mais elevados.

O Relatório de IDH “avalia a expectativa de vida, a alfabetização, a educação e a qualidade de vida nos países ao redor do mundo“.

Portanto, não é só uma questão econômica. Não é só questão de riqueza. É questão de qualidade de vida para que as pessoas possam realizar-se e perseguir seus próprios planos.

O gráfico abaixo vai na mesma linha e utilizando-se das mesmas fontes, porém separando os fatores de desenvolvimento humano em saúdeeducaçãorenda per capita (mensurados de acordo com a coluna da esquerda) e confrontando-os com o nível de liberdade econômica (conforme score da linha inferior), deixa inequivocamente demonstrada a relação positiva entre eles.

5. Liberdade Econômica e desenvolvimento humano - saúde renda per capita e educação

https://www.heritage.org/index/pdf/2017/book/index_2017.pdf, p. 14

6. Liberdade Econômica e Progresso Social

6. Liberdade Econômica e Progresso Social

https://www.heritage.org/index/book/chapter-2

“Não são a redistribuição massiva de riqueza ou os decretos do governo sobre o nível e renda que produzem o resultado mais positivo para a sociedade. Em vez disso, a mobilidade e o progresso exigem barreiras menores para o ingresso no mercado, liberdade para interagir com o mundo e menos intromissão governamental”: essa é uma das mais brilhantes lições constantes do Índice de Liberdade Econômica da Heritage Foundation.

Progresso social, consoante definição constante do Índice de Progresso Social, é “a capacidade de uma sociedade para atender às necessidades humanas básicas de seus cidadãos, estabelecer os fundamentos que permitem a eles e às comunidades melhorar e sustentar a qualidade de suas vidas e criar as condições para que todos os indivíduos atinjam todo o seu potencial”. Basicamente é o quanto uma sociedade assegura os meios para que os indivíduos possam progredir.

Avaliando o nível de liberdade econômica dos países conforme score no Index da Heritage (linha inferior) e o nível de progresso social consoante pontuação no Social Progress Index (coluna da esquerda), o gráfico acima reafirma a conclusão presente no Ranking Completo da Heritage no site da Gazeta do Povo:

“Na verdade, as sociedades baseadas na liberdade econômica são aquelas com o maior progresso social. Países que oferecem um ambiente favorável ao progresso social também adotam, largamente, a liberdade econômica. Países que melhoraram sua competitividade e abriram suas sociedades para novas ideias, produtos e inovações alcançaram de forma ampla os altos níveis de progresso social que seus cidadãos exigem.”

7. Liberdade Econômica e Democracia

7. Liberdade Econômica e Democracia

https://www.heritage.org/index/book/chapter-2

Robert Dahl, catedrático de Ciência Política da Universidade de Yale e maior estudioso do tema da democracia do último século arrematou em sua obra Sobre a Democracia:

“o registro não é nada ambíguo. A democracia poliárquica existe apenas em países com predominante economia capitalista de mercado e jamais (ou, no máximo, brevemente) em países onde predominavam economias planificadas”. (p. 181)

O grande prêmio Nobel em Economia Milton Friedman também asseverava que o livre mercado era uma condição necessária, ainda que não suficiente, para a liberdade política. Ou seja: sem liberdade econômica, a liberdade política era inviável; ainda que fosse possível uma nação economicamente livre, porém politicamente repressiva.

O gráfico acima corrobora a existência de um elo íntimo entre liberdade política e economia livre. Baseado na pontuação referente à liberdade econômica (linha inferior) e relativa ao Democracy Index da Revista Britância The Economist (coluna da esquerda), a curva de tendência diagonal ascendente valida a relação entre democracia e livre mercado.

8. Liberdade Econômica e Meio Ambiente

8. Liberdade Econômica e meio ambiente

https://www.heritage.org/index/book/chapter-2

Por fim, talvez a constatação menos intuitiva: o livre mercado favorece a preservação ambiental.

Fomento à busca por economizar insumos e reduzir desperdícios, a fim de poder baratear custos e gastos; além de inovação que leva ao uso de novas tecnologias menos agressivas ao ambiente e mais renováveis, entre outros fatores explicam porque

“Os mesmos princípios de livre mercado que se provaram essenciais para o sucesso econômico também podem gerar sucesso na área ambiental. Existe uma relação positiva entre os níveis de liberdade econômica e os níveis de proteção ao meio-ambiente – medidos pelo Índice de Desempenho Ambiental da Universidade de Yale.” (trecho extraído daqui, no item “Liberdade Econômica: promovendo um melhor desenvolvimento e progresso democrático”)

É o que comprova o gráfico acima em que cada um dos cinco grupos de países do Índice de Liberdade Econômica da Heritage Foundation aparece em uma coluna (indo da esquerda para a direita em grau crescente de liberdade), sendo o número na ponta inferior de cada coluna a nota média desses países no Environmental Performance Index (Índice de Desempenho Ambientalda Universidade de Yale.

A conexão entre liberdade econômica e performance ambiental é nítida.

Conclusão: é tempo de mudanças e de reformas

reformas liberdade econômica

Foto: Pixabay

Entre os maiores flagelos da humanidade sempre estiveram a miséria econômica e a tirania política.

Índice da Heritage Foundation demonstra com análise clara, metodologicamente rigorosa, e logicamente concludente que a liberdade econômica pode auxiliar a solucionar ambos.

Seu estudo deixa patente o nexo de causalidade entre liberdade econômicageração de riquezaempreendedorismoredução da pobrezamelhoria nos níveis de desenvolvimento humanomobilidade social ascendentedemocracia meio ambiente.

Por isso, encerramos este artigo concordando com a Heritage Foundation quando diz que

“O dever de avançar a liberdade econômica é hoje mais imperativo do que nunca. Nosso mundo experimentou – e continua experimentando – espantoso progresso. Contudo, milhões de pessoas seguem vivendo na pobreza, e por isso, seja nos países ricos, seja nos pobres, clamam por reformas.
O livre-mercado, erigido sobre os princípios da liberdade econômica, pode efetivar essas mudanças. Ele lança para longe práticas obsoletas, abrindo caminho para a novidade, a fim de que o progresso real e autêntico possa acontecer. Ele leva à inovação em todos os âmbitos: melhores empregos, bens e serviços de maior qualidade, e sociedades mais justas.”

(tradução livre de trecho do texto Societies Thrive as Economic Freedom Growsaqui)

 

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