Um casal neonazista, pais do recém-nascido “Adolf” – nome dado em homenagem a Hitler –, foi condenado nesta segunda-feira (12) por um tribunal do Reino Unido por participar da organização terrorista Ação Nacional, proibida no país desde 2016.
Pelo crime, o Tribunal da Coroa de Birmingham condenou o vigilante Adam Thomas, de 22 anos, e a fotógrafa portuguesa Claudia Patatas, de 38 anos, junto com Daniel Bogunovic, de 27 anos, a dez anos de prisão.
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O juiz e os jurados convocados para analisar o caso chegaram a um veredito unânime após lerem registros de conversas nas mídias sociais e terem visto fotografias de Thomas com suásticas, mobílias decoradas com motivos nazistas e usando roupas da Ku Klux Klan – uma delas enquanto segurava o pequeno “Hitler”. Na acusação, os promotores disseram que Thomas alimentava uma “crença fanática e tribal na supremacia branca”.
Em sua defesa, o réu alegou que as fotografias eram apenas uma “brincadeira”. Thomas, que tentou ingressar duas vezes no Exército e acabou sendo rejeitado por ter o diagnóstico de autismo, foi condenado ainda por ter um manual sobre terrorismo que ensina como fazer bombas caseiras.
De acordo com o jornal “The Guardian”, ao ser perguntado durante o julgamento se era nazista, Thomas disse que sim, mas que não costumava pensar sobre isso. O réu contou ainda que quando estava na escola foi convidado pelo programa britânico antinazista a visitar uma sobrevivente do Holocausto que, segundo ele, não o convenceu.
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Perguntado se seus pais eram “extremistas ou racistas”, Thomas respondeu que eram “racistas comuns”. Sobre o avô paterno, que morava na Irlanda do Norte, Thomas informou que tinha uma visão positiva do nazismo e gostava de fazer a saudação de Hitler quando o neto o visitava. Segundo ele, o bisavô era um defensor da União Britânica dos Fascistas.
Agentes que investigaram o caso informaram ao tribunal sobre o desejo do grupo de mudar de nome e crescer em outros países da Europa. Não foi confirmado, porém, se os integrantes da organização nazista planejavam algum ataque.
O Aliança Nacional nasceu em 2013 e foi proibido três anos depois após comemorar o assassinato, em junho de 2016, de Helen Joanne “Jo” Cox, parlamentar de esquerda baleada e esfaqueada por um simpatizante nazista.
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