Jovem, que pulou em piscina durante surto bipolar, alega que policiais demoraram muito para salvá-lo.| Foto: Reprodução

Um polonês que tentou se afogar em uma piscina, enquanto trabalhava em um clube nos Estados Unidos, ajuizou uma ação contra os policiais e o salva-vidas que o salvaram. O caso é polêmico. 

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Mateusz Fijalkowski, de 23 anos, saiu da Polônia para os Estados Unidos, em maio de 2016, para participar de um programa internacional de empregos de férias. Apesar do pouco conhecimento em inglês e de não saber nadar, ele foi aceito para trabalhar como assistente de uma piscina em no condado de Fairfax, no estado da Virginia. Sua função consistia em limpar a piscina, ajeitar as cadeiras do local e verificar o nível de pH da água. 

Em seu terceiro dia de trabalho, começou a agir de forma estranha. Primeiro, gritou com os clientes, depois, passou a falar sozinho em polonês. No momento em que ele arrancou a pulseira de identificação de uma garota e disse que ela não podia entrar no local, um salva-vidas chamou a polícia. 

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Quando a polícia chegou, Fijalkowski os ignorou e continuou a soprar o apito da piscina, que usava para trabalhar, de acordo com os documentos do tribunal. A polícia retirou os usuários da área. Para conversar com o jovem, trouxeram um policial que falava polonês e o colega de quarto de Fijalkowski, que foram ignorados pelo imigrante. Em vez disso, de acordo com relatórios da polícia, ele continuou gritando: “Eu sou o salva-vidas” e orando em polonês. 

Por duas vezes, Fijalkowski jogou o celular na parte rasa da piscina e pegou o aparelho. Ele também escalou a torre de salva-vidas, gritou e apitou. 

Então, entrou na piscina pela terceira vez. Em um vídeo feito por um curioso através do cercado da piscina, Fijalkowski pode ser visto andando lentamente até o fundo, onde fica completamente submerso a 2,4 metros de profundidade. De acordo com um policial, o polonês se segurou nas grades de ventilação no fundo da piscina para permanecer submerso. 

No vídeo, vê-se que Fijalkowski ficou debaixo d’água por mais de dois minutos e meio enquanto os policiais andam ao redor da piscina e assistem à cena. Após esse tempo, Sean Brooks, salva-vidas e supervisor de Fijalkowski, entra e começa a puxá-lo para fora. 

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Alguns policiais seguem Brooks e ajudam a retirar Fijalkowski da piscina. Eles tentam reanimar o polonês por vários minutos até que técnicos de emergência chegam e conseguem reanimá-lo. 

Agora, já na Polônia, Fijalkowski ajuizou ação no estado de Virginia pedindo uma indenização de US$ 100 mil por ter sido deixado embaixo d’água por mais de dois minutos. 

“Os policiais não fizeram nada enquanto eu afundava sob seus olhos”, afirmou Fijalkowski. “Fico feliz que, no final, eles tenham percebido que não deveriam deixar eu me afogar, mas não agradeço o fato de demorarem tanto para fazer isso”. 

Victor Glasberg, advogado de Fijalkowski, escreveu nos autos que a polícia é treinada para levar pessoas consideradas perigosas sob custódia e que os agentes poderiam ter impedido o jovem de entrar na piscina pela terceira vez. Uma vez que ele entrou e ficou submerso por tanto tempo, eles deveriam tê-lo resgatado ou permitido que o salva-vidas fizesse isso o quanto antes, acrescentou. 

Outro lado 

A polícia, em contrapartida, se diz indignada com o processo e alega que os oficiais agiram de forma apropriada, tanto para proteger o polonês quanto para proteger outras pessoas de alguém “perturbado”. Havia a possibilidade, dizem, de o jovem tentar arrastar para o fundo da água quem tentasse detê-lo. 

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“Eles salvaram a vida dele, ele não morreu”, disse Edwin Roessler, chefe de polícia do condado de Fairfax. “Você vai processar alguém por salvar sua vida?” 

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Roessler defendeu as ações de seus oficiais, dizendo que eles estavam certos em evitar uma briga física com um homem que agia de forma violenta e irregular. 

De acordo com uma testemunha da empresa responsável pela piscina, a polícia não teria deixado o salva-vidas entrar até que o polonês tivesse parado de se mover. 

Fijalkowski sofreu parada cardíaca e respiratória e foi encaminhado a um hospital da região, onde ficou internado até 8 de junho de 2016. Depois, deu entrada em uma unidade psiquiátrica onde ficou por seis dias. Lá, foi diagnosticado com transtorno bipolar. Hoje, ele afirma estar medicado, sem nenhuma experiência similar desde que voltou dos Estados Unidos para a Polônia.

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