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O professor Aloísio Surgik durante entrevista para a Gazeta do Povo em 2010 | Arquivo
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O professor Aloísio Surgik durante entrevista para a Gazeta do Povo em 2010| Foto: Arquivo / Gazeta do Povo

Morreu, na manhã desta quinta-feira (28), em Curitiba, o advogado e professor universitário Aloísio Surgik. Mestre de muitos advogados que se formaram na capital paranaense nas últimas quatro décadas, Surgik estava com 80 anos.

Jurista pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e doutor pela Universidade de São Paulo (USP), começou sua carreira acadêmica em 1976, na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), mas também lecionou na casa que o formou – de onde se aposentou em 1992 –, além de ter conquistado alunos no Centro Universitário Curitiba (Unicuritiba), na Universidade Tuiuti do Paraná (UTP), no Centro Universitário Internacional (Uninter) e na Universidade do Contestado (UnC), em Santa Catarina. Graduou-se, ainda, em letras e filosofia. 

Ainda que também fosse especialista em direito processual civil, suas verdadeiras paixões eram a história do direito e, principalmente, o Direito Romano, matéria pela qual é mais conhecido e considerado referência. Ao longo dos anos, viu a disciplina deixar a grade de matérias obrigatórias da maioria das faculdades e integrar o rol das optativas, o que em nada diminuiu sua paixão pelo assunto. Foi autor de obras como “Lineamentos do Processo Civil Romano”, “Compêndio de Direito Processual Canônico” e “Viajando pela História – do Direito Romano ao Contemporâneo”. 

Em 2010, concedeu entrevista à Gazeta do Povo, na qual falou sobre sua paixão pelo direito romano – “como bem disse Pierre Grimal [historiador e latinista francês], nada do que nos rodeia seria o que é se Roma não tivesse existido”, afirmou –, pelo latim e explicou por que o fim da cobrança do pedágio e do EstaR era uma de suas principais bandeiras. Para o professor, “estavam certos os romanos ao entenderem o espaço público como coisa fora do comércio (res extra commertium)”. 

Nos últimos 20 anos, Surgik também se dedicou ao Sindicato dos Professores do Ensino Superior de Curitiba e Região Metropolitana (Sinpes), entidade da qual era presidente. Também professor universitário e seu vice no Sinpes, Valdyr Perrini afirmou que Surgik era uma figura extraordinária, um apaixonado por tudo o que fazia, seja na luta pela democratização do ensino superior, seja nos simpósios internacionais dos quais participava e em sua extensa bibliografia jurídica. 

Estava com a saúde fragilizada desde que sofrera um derrame, algumas semanas atrás. “Mas até um dia antes desse AVC mantinha suas aulas de direito romano e ia, uma vez por semana, dirigindo o próprio carro, a Mafra (SC) [onde fica a UnC]”, frisa Perrini. O corpo do professor Surgik será velado, a partir das 19h desta quinta-feira (28), na capela do Cemitério Comuna Evangélica Luterana Protestante e o sepultamento está previsto para as 11h desta sexta-feira (29), no mesmo local. Deixa esposa e três filhos.

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