| Foto: WIN MCNAMEE / AFP

Nesta sexta-feira (2), o senador americano Chuck Grassley pediu que autoridades do país investiguem mais uma pessoa que ele diz ter feito acusações falsas contra o juiz Brett Kavanaugh, da Suprema Corte dos Estados Unidos.

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O jornal USA Today conta que o senador Grassley, que faz parte do comitê do Judiciário no Senado, enviou uma carta para o Departamento de Justiça e o FBI informando que uma mulher chamada Judy Munro-Leighton havia alegado ser a autora de uma carta anônima com denúncias de estupro contra o juiz Brett Kavanaugh, mas depois reconheceu que não era a autora da denúncia e que nem mesmo conhecia Kavanaugh pessoalmente. A confissão foi feita a investigadores do Senado que rastrearam e entrevistaram a mulher.

O juiz indicado por Donald Trump teve a sua nomeação aprovada, em 6 de outubro, pelo senado para a Suprema Corte, após ser acusado por três mulheres de assédio sexual. 

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A carta anônima com a denúncia de estupro, que foi enviada a senadores em 25 de setembro, não recebeu muita atenção porque continha acusações pouco específicas. Assinada por “Jane Doe”, de Oceanside, Califórnia, a correspondência contava como Kavanaugh e outro homem teriam estuprado a mulher várias vezes dentro de um carro após uma festa, sem especificar data ou local. 

Essa alegação surgiu em meio às denúncias de outras três mulheres que acusaram o juiz de ter cometido abusos sexuais contra elas enquanto estavam no colégio ou na faculdade. Kavanaugh foi questionado no Senado, em 26 de setembro, inclusive sobre o conteúdo da carta anônima, e negou todas as acusações. 

Leia também: O desrespeito à presunção de inocência de Brett Kavanaugh 

Alguns dias depois, em 3 de outubro, Judy Munro-Leighton enviou um e-mail para o comitê do Senado com o assunto “Eu sou a Jane Doe de Oceanside CA – Kavanaugh me estuprou”. Ela escreveu: “Eu sei que Jane Doe não vai ter atenção da mídia, mas eu estou aterrorizada de revelar informações sobre mim ou minha família”. 

O senador Grassley relata que o comitê do Senado começou a investigar as alegações, e descobriu que Munro-Leighton é uma ativista de esquerda, muito mais velha do que Kavanaugh, e mora em Kentucky. Eles conseguiram falar com a mulher no dia 1º de novembro. 

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Ela então admitiu não ter sido violentada por Kavanaugh e não ser a autora da carta anônima. “Eu fiz isso para chamar a atenção. Eu não sou Jane Doe, mas eu li a carta dela. Eu li a transcrição dela online. Era notícia”, disse a mulher, segundo a carta do senador Grassley ao FBI. 

Ela teria dito aos investigadores que ligou para o Congresso várias vezes durante o processo de Kavanaugh, inclusive antes das acusações, para se opor à nomeação dele.

Este é pelo menos o quarto pedido que Grassley faz às autoridades para investigar envolvidos no controverso processo de Kavanaugh. Em seu pedido, ele afirmou que quando indivíduos intencionalmente induzem o comitê ao erro, desviam recursos em investigações que exigem rapidez e impedem o trabalho do comitê. "Tais atos não são apenas injustos, são potencialmente ilegais", afirmou.