Naquela que pode ter sido a mais longa audiência de confirmação na história da Suprema Corte, os americanos tiveram a chance, nesta semana, de ouvir as ideias de Brett Kavanaugh, indicado do presidente Donald Trump a um posto no mais alto tribunal do país, diretamente dele.
Por mais de 32 horas, o juiz se sentou diante das luzes da tevê e do Comitê Judiciário do Senado para responder aos questionamentos do nosso painel de 21 membros. Para todos os efeitos, Kavanaugh foi excelente. Diante de um esforço coordenado dos opositores para adiar a audiência, ele não se deixou perturbar, e demonstrou seu profundo entendimento acerca da jurisprudência e dos precedentes legais, além de sua independência judicial e inabalável fidelidade à Constituição dos Estados Unidos.
Suas respostas diretas, pacientes e articuladas às questões dos parlamentares conseguiram superar um fluxo constante de manifestações e interrupções que eu ainda não havia testemunhado nas outras 14 sabatinas de confirmação da Suprema Corte que participei.
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As qualificações de Kavanaugh para o tribunal superior são inquestionáveis. Durante toda a sua carreira, foi elogiado por juristas, advogados e lideranças de todo o espectro político. Seus mais de 12 anos de atuação no Tribunal de Apelações do Circuito de D.C., o segundo maior tribunal do país, renderam-lhe a mais alta classificação da American Bar Association (espécie de Ordem dos Advogados dos EUA).
Líderes democratas já se referiram à associação como o “padrão ouro” para avaliar candidatos a juízes, e sabem que os registros judiciais de um candidato são a melhor indicação de sua filosofia judicial. Mesmo assim, muitos democratas declararam oposição a Kavanaugh assim que sua indicação foi divulgada - várias semanas antes de a sabatina do Comitê Judiciário do Senado ser marcada.
Incapazes de apontar qualquer defeito no histórico ou registro judicial do candidato, os democratas se voltaram, então, a criticar o processo. Alegaram não ter material suficiente para avaliar os anos de Kavanaugh dedicados ao serviço público, e disseram que o que possuíam não poderia ser usado para questionar o candidato. Alguns chegaram a divulgar documentos restritos, desafiando as normas do comitê e do Senado. Mas esses atos nada mais são do que proezas políticas para tentar menosprezar as impecáveis credenciais de Kavanaugh e agradar a esquerda.
A realidade é que nosso comitê recebeu mais registros da atuação de Kavanaugh no serviço público do que em relação aos últimos cinco candidatos à Suprema Corte, somados. Levamos mais tempo para analisar esse material do que com os candidatos anteriores. Eu trabalhei, mais do que nunca, para que o maior número de pessoas tivesse acesso a esses documentos.
Ofereci, inclusive, acesso 24 horas por dia, sete dias por semana, a registros confidenciais a todos os senadores, incluindo aqueles que não fazem parte do comitê. Durante várias semanas me dediquei a divulgar de maneira responsável o material que eles desejavam discutir. Enquanto apenas um democrata aceitou essa oferta antes da audiência, minha equipe trabalhou durante a noite para facilitar as solicitações feitas por vários opositores durante a audiência - as quais foram todas honradas.
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Mas jogar pelas regras estabelecidas não satisfaz a esquerda radical. Não há dúvidas de que Kavanaugh tem um longo histórico documentado, e é por isso que desde o começo eu me comprometi a fazer deste o processo de confirmação mais transparente da história. E essa transparência serviu para ressaltar ainda mais as impecáveis habilidades jurídicas, rigor, independência e caráter inquestionável do magistrado.
Kavanaugh é, sem dúvida, um dos candidatos mais qualificados e preparados com que me deparei em meus 38 anos de Comitê Judiciário. Ele fará uma justiça excepcional na Suprema Corte.
* Chuck Grassley é senador pelo estado do Iowa e presidente do Comitê Judiciário do Senado dos Estados Unidos.
©2018. The Daily Signal. Publicado com permissão. Original em inglês.
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