A fiel Mienke de Wilde, que acredita no “Monstro do Espaguete Voador”: “eu acho inacreditáveis outras religiões”| Foto: Facebook / Reprodução

Parece piada, mas é verdade. Uma fiel de igreja autointitulada como do “Monstro do Espaguete Voador”, seita conhecida como “pastafarianismo”, foi proibida pela Suprema Corte da Holanda de usar um escorredor de macarrão na cabeça em seu documento de identidade. A decisão se fundamentou em entendimento do Conselho de Estado do país de que o pastafarianismo seria uma sátira e não uma fé séria.

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A lei holandesa permite que a cabeça esteja parcialmente coberta em fotos para documentos, desde que o motivo seja a crença em uma religião reconhecida no país, o que não foi o caso do pastafarianismo.

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O pastafarianismo foi criado nos Estados Unidos, em 2005, por Bobby Henderson, como uma crítica à posição de escolas que defendiam o ensino do criacionismo – tese segunda a qual Deus teria criado o mundo em uma semana, tal qual está escrito no Gênesis, primeiro livro da Bíblia. Em uma carta aberta, Henderson pediu às escolas o mesmo tempo em sala de aula para expor a teoria da existência do “Monstro do Espaguete Voador”.

A brincadeira (?) então ganhou força em outros países e chegou a ser reconhecida como religião na Nova Zelândia, com a aprovação inclusive de celebração de casamentos civis. A seita, no entanto, é contestada em muitos países, embora alguns tenham consentido que seus crentes usem o tal escorredor de macarrão na cabeça em fotos oficiais.

A fiel proibida de manifestar sua crença em documentos especiais, Mienke de Wilde, disse em entrevista à imprensa que considera levar o seu caso ao Tribunal Europeu de Direitos Humanos. “A igreja é bem-humorada, mas isso não significa que não seja séria”, disse Wilde a um canal de televisão.

“Tudo parece muito estranho se você não acredita”, disse ela ao jornal local, no município de Nijmegen. “Eu acho inacreditáveis outras religiões”.

O Conselho de Estado holandês, em sua manifestação, disse que o escorredor de macarrão pode ser considerado um objeto sagrado para os pastafarianos, mas a “religião” não obriga usá-lo. Ao mesmo tempo, disse que o panfarianismo não tinha “seriedade e coerência”. “É importante poder criticar o dogma religioso livremente através da sátira, mas isso não torna essa crítica uma religião séria”, afirmou.

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