A democrata Hannah-Beth Jackson, atualmente servindo no Senado do Estado da Califórnia, anunciou, na semana passada, que os pronomes masculino e feminino (“ele” e “ela”) não vão mais ser utilizados nas sessões do Comitê do Senado da Califórnia. Em seu lugar, os parlamentares devem usar “them” ou “they”, que são pronomes neutros na língua inglesa.
Na sessão do dia 17 de janeiro, Hannah-Beth disse que as novas regras do comitê californiano reconhecem a “não-binariedade” - quando uma pessoa não se reconhece integralmente como homem ou como mulher - como gênero. Ocorre que a própria parlamentar foi “vítima” das novas regras, já que em determinado momento, ao falar de uma antiga professora de gramática, utilizou o pronome possessivo “dela”. Diversos presentes na sala corrigiram a senadora.
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A Califórnia foi o primeiro estado norte-americano a reconhecer o gênero “não-binário”, quando, em 2017, o então governador Jerry Brown, também do Partido Democrata, assinou no Ato do Reconhecimento de Gênero (Gender Recognition Act, em inglês). A lei passou a permitir que californianos escolham a “opção X” ou “não-binário” no campo de gênero em documentos como carteiras de motorista, certidões de nascimento e certidões de casamento.
No programa “Fox & Friends” da última terça-feira (22), o jornalista Brendan O’Neill, conhecido por seus comentários a respeito da liberdade de expressão, afirmou que a decisão da senadora Hannah-Beth Jackson mostra o quão longe o lobby do politicamente correto está indo.
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“Eles não querem controlar apenas a linguagem racista ou de ódio, que todos concordamos não serem boa coisa, mas a linguagem do dia a dia (...). Eles querem regular o que falamos e, finalmente, o que pensamos”, disse. “Há uma espécie de extremismo transgênero no momento. Eu sou a favor dos direitos dos trans, acredito que essas pessoas devam ter os mesmos direitos que todos. Mas é um extremismo presumir que qualquer um que utilize palavras como ‘ele’ e ‘ela’ está sendo desrespeitoso com pessoas não-binárias”.