Saúde e atividade física, desperdício de alimentos, bullying e cyberbullying, internet segura, inclusão e feminicídio. Esses foram os temas escolhidos pelos professores vencedores do Concurso Cultural 2018. Confira:
GRAND PRIX e 1º LUGAR CATEGORIA GRUPO
Quem leva o prêmio máximo nessa edição do Concurso Cultural é a dupla de professoras de Curitiba: Anelise Nico Paes e Denise Lourenço Schenoveber da Silva, da Escola Municipal CEI Ulysses Silveira Guimarães. O tema trabalhado com a turma de 3º ano foi: Internet Segura. Depois de ler a matéria "Cybereducação: internet segura para crianças e adolescentes", as docentes descobriram que os alunos estavam acessando muitos conteúdos impróprios para a idade, tornando-se vulneráveis aos perigos da rede.
Decidiram então criar uma campanha para conscientizar alunos, famílias e comunidade sobre o assunto. A turma pesquisou mais matérias sobre o tema, assistiu a palestras e depois colocou a mão na massa, elaborando panfletos, paródias, vídeos, textos, podcasts e realizando até mesmo uma passeata, envolvendo a comunidade.
Os resultados foram surpreendentes e a dupla utilizou da própria internet, mas de forma segura, para divulgar o trabalho realizado. “A repercussão das atividades desenvolvidas e do material postado em rede social foi muito positiva. Tivemos várias visualizações dos trabalhos desenvolvidos e muitos comentários de diferentes segmentos da comunidade escolar: pais, alunos, professores, chefe de núcleo da educação, entre outros. Além disso aconteceu uma palestra apresentando os vídeos produzidos para toda a escola”, afirmaram as professoras.
1º LUGAR CATEGORIA INDIVIDUAL
A professora de Educação Física, Taísa Valentin Silva, da Escola Municipal Augusto Staben, de Campina Grande do Sul, foi o grande destaque da Categoria Geral Individual. O projeto desenvolvido com as turmas de 5º ano, intitulado “Movimente-se! Seu corpo agradece!” trabalhou a importância da atividade física para a saúde.
As atividades propostas foram desde leitura das matérias da Gazeta do Povo até passeio ciclístico, corrida de rua, visita a academias e reunião com o prefeito para apresentar projetos em forma de maquetes e propor melhorias nas áreas de lazer do município. Houve ainda a criação da Bolsa da Atividade Física, uma sacola cheia de opções de jogos e brincadeiras, que os alunos se revezavam para levar para casa e brincar com a família durante o final de semana.
Todo o trabalho rendeu uma página do Projeto no Facebook e um canal no Youtube, onde a professora e os alunos publicam dicas sobre saúde e atividade física. A professora relata que o trabalho todo rendeu muitos frutos. “Conseguimos motivar e mobilizar as crianças, os pais e a comunidade em geral por meio destas atividades e nossos objetivos foram alcançados, sem dúvidas. Quando lemos os depoimentos deles, percebemos suas mudanças de hábitos e atitudes de forma gradual, adquirindo um maior gosto pela prática de atividades físicas e uma vida saudável”, comemora Taísa.
1º LUGAR SESI
Falar sobre feminicídio com adolescentes é uma atitude corajosa e necessária. “Diante do cenário alarmante em crescentes notícias sobre crimes contra as mulheres, os alunos optaram por trabalhar o feminismo e o feminicídio na tentativa de desconstruir uma cultura machista”. É o que afirma o trio Andreilcy, Djaneide e Karina, do colégio SESI de Foz do Iguaçu ao explicar a escolha do tema para desenvolvimento do Projeto Ler e Pensar. As professoras levaram os alunos a refletirem sobre suas próprias atitudes, entenderem o significado de vários conceitos tão difundidos hoje, como feminismo e machismo e criarem formas de conscientizar os colegas e com isso, garantiram o primeiro lugar da categoria SESI.
As disciplinas envolvidas foram Geografia, História e Sociologia e as docentes utilizaram as matérias da Gazeta do Povo para levar os alunos a debaterem sobre o tema abordado e fundamentarem seus discursos. Os alunos produziram textos e vídeos para serem publicados nas redes sociais sobre as matérias lidas, construíram cartazes sobre as vertentes do feminismo e feminicidio e ainda criaram mais vídeos, sobre o papel da mulher desde a pré-história até a sociedade atual.
Além disso, envolveram a comunidade e as famílias aplicando questionários e transformando as respostas em dados, fomentando ainda mais o debate. Durante o desenvolvimento das práticas, os alunos perceberam como o machismo ainda está presente, encontraram espaço para compartilhar experiências pessoais e tiveram acesso a informação, fugindo do senso comum.
2º LUGAR INDIVIDUAL
Refletir sobre os vários tipos de agressões e sobre as marcas que essas atitudes deixam na vida das pessoas, importância da empatia, de se colocar no lugar do outro e de respeitar o próximo, alertar sobre as atitudes que devem ser tomadas diante de alguma violência e desenvolver o senso crítico. Estes foram alguns dos objetivos elencados pela Professora Priscila Markir Barth, da Escola Municipal Miguel Krug, em Curitiba, ao escolher o tema bullying para trabalhar com sua turma de 3º ano, do Ensino Fundamental.
A professora foi muito criativa e propôs várias atividades que colocavam o aluno como principal agente do seu próprio processo de aprendizagem. Foram produzidas fotos representando situações de bullying, textos jornalísticos, podcasts de entrevistas, vídeos, cartazes, paródias, murais, entre outras.
Porém, a mais impactante foi a dinâmica de empatia que pedia que os alunos pegassem a foto de um colega e amassassem, depois, deveriam tentar desamassar a foto e deixa-la como antes. “Muitos não queriam amassá-la e depois ao tentar desamassar conseguiram se colocar no lugar do outro e perceber como uma pessoa que sofre bullying se sente. Percebi mais compaixão, mais empatia, mais respeito entre eles”, relata Priscila.
O resultado de uma prática tão repleta de metodologias ativas como essa não poderia ser outro se não alunos envolvidos, motivados e engajados construindo aprendizados significativos e úteis para a vida.
2º LUGAR GRUPO
Scheila de Andrade Sura e Luciane Schroder, da Escola Municipal Alminda Antônia de Andrade, do município de Piên, foram as professoras que conquistaram o 2º lugar da Categoria Grupo ao trabalhar com o tema “Inclusão – Somos todos iguais nas nossas diferenças”.
As atividades desenvolvidas foram palestras, jogos, brincadeiras, visitas a APAE e clínicas entre outras, desenvolvidas pelas próprias crianças, como a elaboração de textos, vídeos, ilustrações, gincana, varal solidário, entre outras.
Segundo as professoras, “a realização desse projeto favoreceu a abertura de um espaço para a reflexão e o diálogo sobre as diferenças e sobre o respeito mútuo, desenvolvendo as habilidades sociais no ambiente escolar. Esse canal de comunicação proporciona oportunidades para esclarecimentos, mudanças de atitudes, colaboração e flexibilidade no relacionamento interpessoal, principalmente dentro de cada turma. Assim, a inclusão escolar vem contribuir para o desenvolvimento não apenas do aluno com necessidades educacionais especiais, mas principalmente na formação de valores positivos e na convivência com a diversidade”.
3º LUGAR INDIVIDUAL
O 3º lugar da categoria individual foi conquistado pelo Professor Marcos Antônio Morello, do Colégio Estadual São Cristóvão, de São José dos Pinhais. Os alunos, do 9º ano, trabalharam o desperdício de alimentos como responsabilidade social.
Os alunos saíram da escola e foram conversar com os feirantes, para entender melhor o caminho do alimento, da horta até a mesa, produzindo vídeos com entrevistas. Criaram posts em suas próprias redes, alcançando um público muito maior, encontraram receitas que permitiam o reaproveitamento de alimentos e criaram um livro de receitas intitulado “Ler e Pensar na Cozinha – Cozinhando com Sustentabilidade” e degustaram algumas dessas delícias, distribuíram panfletos sobre o assunto e ainda assumiram o papel principal, ministrando uma palestra aos outros colegas da escola.
“Descobrimos que deve haver uma quebra de paradigma em relação aos maus hábitos de consumo e utilização dos alimentos, mas essa referida e importante mudança só será concretizada através de conscientização à população, pois os consumidores devem ser reeducados e essa reeducação nutricional deve começar na escola, pois os melhores agentes de mudanças são nossas crianças que abraçam e solicitam a adesão imediata da família, como agentes multiplicadores de ideias”, afirma orgulhoso o professor.
Saiba mais!
Se interessou e quer conhecer melhor cada um desses trabalhos? Acesse o site do Projeto Ler e Pensar e confira a apresentação de cada prática vencedora, em vídeo.
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