| Foto: Imagem gerada por IA através do OpenAI's DALL·E
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Cyberbulling, exposição a conteúdos inadequados, exposição da intimidade, pressão pela aceitação pessoal. Essas são apenas algumas das situações constrangedoras a que crianças e adolescentes são submetidos diariamente, ao utilizarem as redes sociais. Segundo recente pesquisa da TIC Educação sobre o uso das Tecnologias de Informação e Comunicação nas escolas brasileiras, realizada pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil, 61% dos professores afirmam ter apoiado alunos no enfrentamento de situações sensíveis vivenciadas na Internet. Mislaine Cardoso, professora da Escola Municipal José Augusto de Paiva, localizada em Varginha (MG), testemunhou algumas dessas ocorrências. Segundo ela, desentendimentos e ofensas, que começaram nas redes, chegaram a desencadear brigas físicas, envolvendo não apenas alunos, como também seus familiares.

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“No ano passado, quando eu ainda atuava com o sexto ano, cheguei a ter que separar brigas e parar minha aula por conta de discussões pelo WhatsApp. As crianças se expunham muito pelas redes, e a gente percebeu a necessidade de começar a trabalhar isso”, relata.

Foi aí que surgiu a ideia do “JAP Imprensa”, um projeto pedagógico multidisciplinar, formado por alunos do 7º ano da escola, que tinha por objetivo debater temas atuais como segurança nas redes, fake news, cyberbullying, trends do momento, entre outros.

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“Eu estava pesquisando sobre educação midiática e acabei encontrando o site do Ler e Pensar, que me deu um direcionamento muito bom para o projeto, com seus três pilares metodológicos (COM a mídia, PELA mídia e PARA a mídia). Aproveitei algumas dicas pedagógicas do LEP e orientações do BOLO (Boletim de leitura orientada) sobre cidadania para contextualizar conteúdos, colocando os alunos como protagonistas das atividades, oferecendo-lhes uma oportunidade para que pudessem desenvolver habilidades e analisar criticamente os conteúdos consumidos”, destaca. 

No “JAP Imprensa”, os alunos participaram de workshops sobre a produção de podcasts, criando, inclusive um canal no youtube – o JAPCast - para promover a participação comunicativa como alternativa para potencializar as aprendizagens e ainda receberam dicas de fotografia e edição de imagens formando até sua própria “diretoria”, com estatuto e regras bem definidas sobre o uso das mídias – tudo sob a supervisão dos professores.

“Quando começamos este projeto, não imaginávamos o impacto que ele traria. Hoje, o JAP Imprensa é conhecido não só em toda a escola, como também em nossa comunidade. Quando veem um aluno de camiseta verde, já sabem que a “imprensa” está ali. Eles criaram uma identidade visual e são reconhecidos pelo trabalho que fazem. Na última Feira do Saber da escola, montaram um stand para prestação de serviços de comunicação, como digitação e impressão de currículos, utilização de aplicativos de edição, criação de logomarcas, entre outras atividades. Foi um momento enriquecedor para adquirir habilidades e experiências valiosas, o que acabou gerando um impacto positivo na comunidade. Colocamos em prática alguns dos conhecimentos adquiridos ao longo do projeto, promovendo o exercício da cidadania. Hoje, eu recebo mensagens de pais e mães afirmando como o Projeto foi transformador na vida de seus filhos”.

*O “JAP Imprensa” foi um dos vencedores da InovaLeP, iniciativa que selecionou projetos baseados em um ou mais pilares da metodologia do Ler e Pensar. Como premiação, além de um notebook, a professora Mislaine recebeu mentorias da equipe pedagógica do LeP.

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