O trabalho foi desenvolvido entre os meses de abril e julho deste ano | Foto: Divulgação 

Embora sob muitas considerações e discordâncias, política e religião têm diversas ligações. Podem e devem ser discutidas, compreendidas e trabalhadas em conjunto. Principalmente entre os jovens, que serão os futuros profissionais, formadores de opinião e políticos, atuando na sociedade brasileira para torná-la melhor.

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“Trabalhar a religião envolvida na política é de extrema importância para a compreensão de atitudes do passado, assim como para que se compreenda os fatos políticos recentes. Ter a informação de que o Estado é laico e suas instituições também, nos ajuda a entender os direitos à diversidade religiosa ou política”. 

A afirmação é do professor da disciplina de História, Diego de Brito, pós-graduado em História e Geografia. O professor levou o assunto para a sala de aula, envolvendo cerca de 20 alunos de turmas de primeiro, segundo e terceiro anos do Ensino Médio do Colégio Sesi de Rio Branco do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba.  

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Alunos empolgados 

Fruto de uma Oficina de Aprendizagem, a #hakersdapolitica, o projeto do professor Diego surgiu quando ele se preparava para trabalhar em aula a laicidade no Brasil, os motivos que tornam o país laico e ainda a presença religiosa nas instituições do Estado. “Pesquisando por material de apoio, me deparei com o texto sobre o Estado Laico na página da Gazeta do Povo. E assim surgiu a ideia de conciliar o artigo à minha aula, e elaborar o projeto Estado Laico: Política e Religião”, contou. 

O assunto empolgou os estudantes, fazendo com que as equipes discutissem o tema e até levassem o debate para casa. A metodologia do Colégio Sesi prevê o trabalho em equipes e turmas multiseriadas, o que promove a integração das disciplinas, a autonomia e a criatividade. 

 Novas opiniões 

 Karen Fernanda Arçamenia Silva nunca gostou de política. Aos 16 anos, a aluna do primeiro ano afirmou que o projeto mudou sua opinião. Ela ressalta a importância de conversar sobre o tema, dizendo já se sentir segura quando as conversas giram em torno desse conteúdo. Já religião sempre foi um assunto que a interessou. Ao fazer perguntas e comentar com os pais sobre o projeto, foi incentivada a pesquisar mais, o que garantiu, segundo a estudante, um maior conhecimento da realidade do país. 

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 O mesmo aconteceu com André Guilherme Tomé Moreira, de 18 anos, aluno do terceiro ano. Política e religião não eram assuntos pelos quais tivesse simpatia, mas isso mudou. “Percebi que todos que participaram do projeto passaram a se entusiasmar. Todos pesquisaram e descobriram novas coisas. O resultado foi bom porque todos nós saímos sabendo mais”, assegurou. 

 “Após pesquisar e debater, as equipes elaboraram redações, ressaltando nelas a compreensão que tiveram e fazendo um diagnóstico de situações que muitas vezes passam despercebidas em nosso cotidiano, mas que demonstram, por exemplo, a influência religiosa em nosso país”, explicou o professor. 

 Com base nos critérios previamente adotados, Diego e os alunos escolheram a redação que consideraram melhor para representar o projeto, nessa parceria do Colégio Sesi com o Ler e Pensar, da Gazeta do Povo. O texto escolhido foi o da equipe em que eram integrantes Karen e André. Os alunos discorreram sobre o Estado Laico. “As pesquisas que fizemos nos ajudaram a escrever e a sensação de ter a nossa redação escolhida é muito boa”, disse Karen. 

 Desenvolvido em 2017, entre os meses de abril e julho, o projeto teve boa avaliação. “Os resultados foram excepcionais. Tenho a sensação de dever cumprido. Os alunos ficaram mais interessados nas aulas e se tornaram mais críticos. O interesse pelos assuntos abordados os ajudará também fora de sala a participar mais em suas comunidades, mudando a visão de outras pessoas e, aos poucos, construindo um país melhor”, concluiu Diego. 

 

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O texto foi produzido pela Gerência de Educação Básica e Continuada do SESI, que mensalmente mostrará neste espaço os resultados do Projeto Ler e Pensar em suas escolas.