O feminicídio e a violência contra as mulheres são temas que estão em constante discussão. Apesar disso, muitas mulheres ainda não sabem identificar e até mesmo tem medo de denunciarem esses casos. A pesquisa realizada através do Observatório da Mulher contra a Violência (OMV), afirma que cerca de 75% das brasileiras ainda não conhecem ou sabem pouco sobre a Lei 11.340/2006, popularmente conhecida como “Lei Maria da Penha”, que define que a violência pode acontecer de diferentes formas, como: física, psicológica, sexual, patrimonial e moral.
Dessa forma, para que esse público possa se prevenir, se proteger e denunciar quando necessário, é de extrema importância que campanhas de divulgação e conscientização estejam sempre sendo realizadas. De acordo com o Monitor de Feminicídios no Brasil, em 2024, até a data de 31/03 desse ano, já aconteceram mais de 900 casos de feminicídios no país, sejam eles consumados ou só tentativas. É diante desse cenário que muitos professores buscam trabalhar e conscientizar os seus estudantes sobre o tema.
É o caso do professor João Camargo Krames, da cidade de Chapecó em Santa Catarina, ele leciona para alunos do ensino médio na Escola de Educação Básica Dr. Serafin Enoss Bertaso. O objetivo do docente era, além de discutir e conscientizar sobre a temática da violência contra a mulher, promover e desenvolver um ambiente em que os estudantes pudessem se aprofundar em questões como: linguagem formal e informal, produção e promoção de campanhas de conscientização por meio de folders.
A prática do professor consistiu, em um primeiro momento, uma maneira de promover a discussão sobre o tema e em conjunto com a turma, conversarem sobre as formas de violência, medidas protetivas e sobre os direitos da mulher. Em seguida, os estudantes puderam aprofundar-se no tema realizando pesquisas, lendo artigos e promovendo uma roda de conversa sobre o que aprenderam. Após esse período de primeiro contato e aprofundamento, os alunos se reuniram para desenvolverem um folder informativo, realizaram o levantamento dos custos, buscaram por parceiros-patrocinadores e por fim conseguiram produzir o design com seus próprios desenhos, além de trazerem dados importantes.
Como etapa final, a turma ainda customizou camisetas e realizou panfletagem pela escola e ruas do bairro em que ela está localizada. Foi nesse momento em que os alunos conseguiram ter contato com a comunidade, explicar a importância das denúncias, mas principalmente como identificar casos de violência.
De acordo com o professor, a prática foi superpositiva e relevante na vida dos alunos e comunidade, pois, muitos deles passaram a participar de modo ativo nas aulas, além de desenvolverem habilidades de empatia, trabalho em equipe e comunicação. Ele afirma que o reflexo disso se deu nas avaliações acadêmicas, uma vez que, os estudantes obtiveram aumento no seu desempenho educacional e habilidades de resolução de problemas.
Além disso, a prática, que é superimportante para a formação estudantil dos alunos, contribuiu para que eles se tornassem melhores cidadãos. Segundo João, os seus alunos “adquiriram um senso de responsabilidade social e participaram de ações que visavam melhorar a qualidade de vida local”, e assim puderam causar impacto positivo ao seu redor.
Por sua iniciativa inovadora, o professor João Camargo Krame foi o vencedor na categoria Ensino Médio da premiação Professor do Ano do Ler e Pensar - 2023!
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