A cada 4 horas uma criança é adotada no Brasil. Esse é um dado de março deste ano, divulgado pela Autoridade Central Administrativa Federal (Acaf), órgão responsável pela adoção no Brasil. Apesar disso, ainda há mais de 9 mil crianças disponíveis nos abrigos, sendo que o número de adoções de 2018 foi o menor em 20 anos.
Os motivos para as crianças estarem nos abrigos são os mais diversos. Muitas estão por conta do abandono ou perda de todos os familiares em tragédias, outras ainda foram resgatadas de maus-tratos. No inicio desse ano, foi noticiado na Gazeta do Povo o caso de um bebê que foi encontrado por policiais e ao que tudo indicava, se tratava de um caso de abandono.
Toda criança tem direito a ser protegida e cuidada, não devendo ser negligenciada pela família ou pelo Estado. Pensando nisso, foi que a professora Janisse Cordova, da Escola Municipal Nivaldo Braga, de Curitiba, realizou diversas ações para sensibilização e reflexão sobre os direitos das crianças e a adoção, e que quando uma criança é adotada, uma nova história surge em sua vida.
Vamos compartilhar!
A professora apresentou a matéria da Gazeta para a Classe Especial de alunos, como alguns deles apresentam deficiência intelectual leve, ela adaptou a linguagem e passou o material para letras maiúsculas, garantindo um melhor aproveitamento de toda a turma. Além disso, ela utilizou o livro do autor Fábio Sgoi “Ser Criança É...” em que o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) é explicado para as crianças.
A prática foi realizada de forma interdisciplinar, pois a professora de arte criou “dedoches” (fantoches de dedo) para dramatizar a história do livro. Os alunos fizeram uma roda de conversa e puderam compartilhar as suas opiniões acerca do tema da matéria e do livro. Muitos se mostraram indignados com o abandono da criança, outros revelaram ter sido adotados após um caso similar de abandono.
Depois das discussões e a apresentação do ECA, a turma elaborou uma pesquisa para enviar para as famílias com o tema adoção. Dentre as respostas obtidas, pouco mais da metade dos pais respondeu que provavelmente adotaria.
O segundo passo da professora, que ainda está com a prática em andamento, é usar as respostas para trabalhar tratamento da informação matemática com os alunos, através de gráficos. Além disso, ela já planeja utilizar outra matéria da Gazeta do Povo para falar sobre a polêmica do desfile de crianças para adoção, realizado em Cuiabá.
Para a professora, apesar da prática ainda não estar finalizada, os resultados até o momento foram muito positivos, pois as crianças puderam refletir, compartilhar experiências e reconhecer que todas têm o direito a uma casa, alimento, estudo e carinho. E se algum adulto não cumprir com isso, elas devem “botar a boca no trombone”, afirma Janisse.
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