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Uma das atividades dos alunos da escola Paulo Freire foi o plantio da horta da unidade  |
Uma das atividades dos alunos da escola Paulo Freire foi o plantio da horta da unidade | Foto:

Inflação de 40%, dólar na casa dos R$7,00, mais de 40% da população brasileira desempregada. Parece filme de terror, mas esse seria o cenário caso o Brasil parasse de produzir alimentos hoje.

As informações são da matéria "E se, da noite para o dia, o Brasil parasse de produzir alimentos?", publicada pelo jornal Gazeta do Povo. Segundo os especialistas Flávio França Junior, analista de mercado, e Lucas Dezordi, economista e professor universitário, caso isso acontecesse por qualquer motivo, desde um desastre ambiental até uma atitude política, o mundo todo sentiria os efeitos, que apareceriam no formato de bola de neve, influenciando até nossas escolhas alimentares. 

Esses dados nos levam a refletir sobre a importância da agricultura no nosso país hoje. Mas, na escola, podemos ir além do impacto econômico. Dentro desse tema é possível abordar outros assuntos que precisam ser trabalhados em sala de aula, como sustentabilidade e nutrição, por exemplo. 

Na prática 

Foi isso que fez a professora Sonia Maria Alves Domingues, da Escola Municipal Paulo Freire, em Curitiba. A docente trabalhou o tema com seis turmas de Educação Integral, do 1º ao 5º ano. Com base na matéria citada anteriormente, ela conversou com os alunos sobre a origem dos alimentos que chegam até a nossa mesa e a importância da agricultura. 

Depois, buscando enriquecer essa discussão e percebendo a curiosidade dos estudantes, a docente promoveu ainda uma aula de campo e levou a turminha até a empresa que produz as merendas escolares para a rede municipal da capital. Durante a visita, alguns jornalistas mirins realizaram uma entrevista com as nutricionistas responsáveis por elaborar o cardápio da criançada, depois, publicaram essa conversa no Jornal Eletrônico Extra, Extra! – Projeto desenvolvido pela Secretaria de Educação. 

De volta à escola, as turmas continuaram conversando sobre a alimentação e os impactos de suas escolhas. Assistiram a filmes, elaboraram murais para conscientizar outros colegas criaram modelos de pratos saudáveis utilizando materiais recicláveis e até mesmo realizaram o plantio de hortaliças na horta da escola, que depois virou uma deliciosa salada, saboreada por todos na hora do almoço. 

Essa atividade foi realmente enriquecedora, como relata a professora. “O contato com a terra no preparo dos canteiros e a descoberta de inúmeras formas de vida que ali existem e convivem, o encanto com as sementes que brotam como mágica, a prática diária do cuidado promove oportunidades riquíssimas de aprendizado para todos nós”, lembra Sônia. 

E o projeto continua acontecendo! As crianças ainda contam com convidados especiais que acompanham todo o aprendizado. Os personagens: Visconde de Sabugosa, Rosinha, Hortalina e Cebolinha visitam a casa dos estudantes, que devem trazer no dia seguinte uma receita saudável e enviar fotos do amiguinho com toda a família. Essa foi a forma encontrada pela professora de envolver os familiares no processo e criar uma ponte para unir o que era visto na escola e as experiências vividas em casa. 

Segundo Sônia, os resultados são muito positivos. Na hora do almoço as crianças contam as cores do prato, buscando ter a maior variedade possível de nutrientes, orientam outros colegas e ainda adoram as aulas especiais, envolvendo culinária, pois algumas das receitas enviadas pela família são reproduzidas na Escola, para alegria da turma. 

A horta também continua fazendo sucesso e a turma já planta alguns legumes, além das hortaliças. “O projeto tem ajudado muito as crianças, pois a partir do momento que eles plantam, cultivam, colhem um alimento e estudam sobre nutrição [...] elas percebem que é necessário alimentar-se bem para ter saúde”, diz.

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