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Escola de Palmeira promove voluntariado pela proteção à infância
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Segundo os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2016, o Brasil tinha uma população com cerca de 206,1 milhões de pessoas. Entre elas, mais de 57,6 milhões tinham menos de 18 anos de idade, ou seja, crianças e adolescentes que precisam ter seus direitos e deveres assegurados e dependem de outros para que isso de efetive.

Segundo o artigo “Situação das crianças e dos adolescentes no Brasil”, publicado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), em seu site oficial, o Brasil é um dos países mais desiguais de todo o mundo, pois mesmo tendo evoluído muito nos números referentes à desnutrição crônica, mortalidade infantil e acesso à escola, esses resultados não alcançam a todos. Os pobres, negros, indígenas e quilombolas continuam sendo os públicos mais prejudicados.

Proteger a infância é dever de todos nós e, nesse sentido, o voluntariado acaba exercendo uma grande força e alcançando os públicos que muitas vezes o Estado não consegue suprir. São inúmeras as Organizações da Sociedade Civil que atuam com este público, mas, infelizmente, normalmente elas contam com um orçamento apertado, por isso a força do trabalho voluntário vem para agregar. Segundo a matéria "As incontáveis possibilidades de trabalho voluntário", publicada no Blog Giro Sustentável, da Gazeta do Povo, a disponibilidade, tempo e vontade de fazer a diferença, são os principais pré-requisitos para poder ajudar.

Hoje vamos aprender a... ouvir a ajudar!

Em Palmeira, no Colégio Estadual São Judas Tadeu, a turma do 2º ano do Ensino Médio, sob orientação da Professora Rosane Temp Mayer, inspirada pela matéria acima citada, escolheu o voluntariado como solução para um problema mapeado na comunidade. Depois de uma chuva de ideias, os alunos perceberam a necessidade de se envolver com as crianças e adolescentes assistidos pela Associação Menonita Cristã (AMB) e compartilhar com eles suas próprias experiências, além de levar carinho e diversão para os pequenos.

A partir dessa ideia, os alunos se organizaram e lançaram uma campanha para arrecadar doces e brinquedos a serem doados para as crianças, fazendo o natal chegar mais cedo na Instituição. Para os adolescentes, que também são atendidos na entidade, planejaram um momento de conversa, levando esperança e motivação.

Chegado o grande dia, os estudantes e a Professora foram até a entidade. No período da manhã, as crianças atendidas pela AMB, puderam participar de várias brincadeiras, planejadas pelos próprios alunos, além disso, ficaram muito felizes com os presentes recebidos e aproveitaram os doces arrecadados. No período da tarde, foi a vez dos adolescentes. A turma do 2º ano preparou um momento emocionante para compartilhar suas experiências e ouvir também os relatos vindos dos outros adolescentes, fazendo transparecer o respeito, a superação e a empatia.

Falando nisso, empatia foi a habilidade mais desenvolvida pela turma. A estudante Flávia deixou claro o quanto se preocupar com o outro, entender a sua dor e buscar ajudar pode ser transformador. As alunas Olivia e Paloma contam o quanto, após essa experiência, puderam perceber a realidade do outro e como ajudar lhes fez bem. Olivia conta ainda que ficou impactada com a resposta de uma criança, durante a manhã: “...uma criancinha falou que o maior sonho dela era crescer e ser feliz, porque ela não era feliz [...] isso me marcou bastante”, contou. E essa experiência foi apenas o início para Olivia, que disse não ver a hora de poder ser voluntária outras vezes, nesse e em outros projetos, que beneficiem cada vez mais pessoas.

Reconhecimento

Essa foi apenas uma das várias atividades desenvolvidas pela docente no ano de 2019. Ela também envolveu no projeto outras turmas, como os 9º e 6º anos e foi uma das 10 melhores professoras de 2019, no Ler e Pensar. Por conta disso, participou de uma votação popular disputadíssima e, com os 69.954 votos arrecadados, garantiu o 3º lugar na competição. Mas, esse foi apenas uma forma de reconhecimento, pois o maior ganho, com certeza, foi notar as sementes plantadas em todos os alunos durante 2019 todo, e como seus comportamentos e prioridades começaram a mudar.

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