Dados do Censo Escolar 2018, divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) mostram que a Educação Básica “perdeu” 1,3 milhão de alunos matriculados entre 2014 e 2018. Se atrair o aluno para a escola já não é fácil, na maioria das vezes fazer com que a comunidade participe das atividades escolares é quase uma missão impossível.
Não para as professoras Alessandra Taborda Gomes de Lima e Renata Manczur Torres, da Escola Municipal Candido Portinari, do município de Pinhais. Após lerem uma matéria na Gazeta do Povo, que relata a história de Débora Garofalo, professora brasileira que ficou entre as 10 melhores do mundo em reconhecimento ao seu Projeto, retirando mais de uma tonelada de lixo da comunidade onde fica a escola, Alessandra e Renata tiveram uma ideia: trabalhar sustentabilidade com seus alunos.
E elas não pararam por aí. As professoras convidaram toda a comunidade escolar para um sábado muito animado. Nesta oportunidade, elas apresentaram o Projeto Ler e Pensar para as famílias e comunidade e eles discutiram juntos quais ações podiam desenvolver para contribuir com a sustentabilidade do planeta.
A ideia de levar esta pergunta partiu dos próprios alunos, do 5º ano e o envolvimento das famílias foi além do esperado. Durante o próprio sábado surgiu a ideia de realizar uma oficina de fabricação de sabão caseiro utilizando óleo usado e no mesmo dia vários membros da comunidade já foram para casa buscar o material para contribuir com a arrecadação.
Envolvendo a comunidade
As atividades com a comunidade não pararam por aí. A turma apresentou para os presentes o boneco que produziram, com materiais recicláveis, para acompanhar e incentivar as crianças o ano todo. A mascote do projeto teve o “corpo” composto por diferentes gêneros textuais.
Além disso, a mãe de um dos alunos organizou a presença de um ônibus da leitura. “No ônibus havia livros, que eles puderam escolher e levá-los para casa, para posteriormente, após suas leituras, trazerem para futuras trocas na escola, objetivando assim que haja um rodízio e todos possam ler diversos títulos”, relata orgulhosa a professora Alessandra.
O “lançamento” do Ler e Pensar na escola foi a maneira encontrada pelas professoras de envolver os pais na vida escolar dos filhos, ao mesmo tempo em que promovia o incentivo à leitura dos seus alunos e familiares. E parece que deu certo! Segundo Alessandra, o fato dos alunos poderem escolher entre títulos novos para ler já é muito motivador e a aprendizagem se torna ainda mais significativa quando eles conseguem entender a importância de suas atitudes com o meio ambiente.
E a atividade realizada já trouxe muitos frutos. “Várias atitudes são perceptíveis nos alunos. Eles já pensam duas vezes na hora de desperdiçar um pedaço de papel, por exemplo, estão realizando a separação de lixo corretamente na escola, o que acaba refletindo em sua casa, não há o descarte de comida na hora das refeições na escola”, conta Alessandra. E esses são apenas alguns dos benefícios relatados pela professora envolvendo a temática escolhida.
Sustentabilidade na escola
A palavra “sustentabilidade” está em alta. Muito se ouve falar sobre o assunto, principalmente relacionando o termo ao meio ambiente. A definição mais usada é a estabelecida no relatório Brundland (1987) “desenvolvimento sustentável é aquele que atende as necessidades das gerações atuais sem comprometer a capacidade das gerações futuras de atenderem as suas necessidades e aspirações”. Ou seja, ser sustentável é utilizar os recursos naturais do presente pensando nas pessoas do futuro e garantindo que elas tenham as mesmas – ou melhores – condições de desenvolvimento que nós.
Pensando desta forma, é evidente a necessidade de se trabalhar com o assunto na escola, desde a Educação Infantil. Afinal, as crianças são os adultos do futuro e projetos como esse, desenvolvido pela professora Alessandra, nos mostram que é possível sim trabalhar a sustentabilidade dentro da escola, cultivando hábitos sustentáveis nas crianças desde muito cedo.
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