O sociólogo espanhol Manuel Castells Oliván, professor de Comunicação e Sociedade na Universidade do Sul da Califórnia, da Universidade Aberta da Catalunha e do Instituto de Estudos Globais em Paris, referência no estudo da informação e das transformações culturais nas sociedades contemporâneas ligadas à globalização, é taxativo ao afirmar que todo o sistema educacional ligado apenas ao quadro negro, giz e livros é retrógrado e fadado ao insucesso.
Para Castells, este sistema educacional chamado de tradicional não dá poder ao aluno, tornando-o sujeito passivo. Hoje, por meio da internet, o conhecimento está disponível para todos e não mais restrito, como no passado, mudando completamente a função do professor. Neste contexto, o professor é proativo e deve assumir novos procedimentos didáticos para auxiliar os estudantes a construírem o pensamento crítico, aprenderem a checar as informações, a comparar fontes e a questionar, tornando-os protagonistas do aprendizado.
Memes literários
Apoiada pela metodologia inovadora do Colégio Sesi, que oferece uma educação participativa, desenvolvedora de competências e que valoriza a postura ativa, investigativa e criativa, a professora Gisela Johann, da unidade de Toledo, realizou uma oficina unindo internet e literatura. “Nosso objetivo é a formação do leitor. É fato que a internet está presente no cotidiano dos adolescentes e, como professores, temos que aproveitar todas as ferramentas disponíveis para apresentar as nossas aulas com metodologias mais interessantes”, afirma.
Durante dois meses Gisela trabalhou com 200 alunos do ensino médio obras do Romantismo e contos modernos de uma maneira diferenciada. Ela propôs aos estudantes que, divididos em grupos, elaborassem um “meme literário” após a leitura de textos, que seria avaliado e publicado na rede social da turma. “A compreensão de uma situação de humor inerente à literatura, presente em um meme, é um reflexo de que aquele adolescente efetivamente leu determinada obra e, ainda, deu significado a ela”, explica a professora.
Wytória Balnant Granenann, 16 anos, aluna do segundo ano do ensino médio, conta que seu grupo trabalhou com o conto Doze reis e a moça do labirinto do vento, de Marina Colasanti. O grupo criou um meme utilizando a imagem do personagem de desenho animado Homer Simpson, descendo uma escada vestido de noiva com a seguinte inscrição: Quando papai me avisa que tem doze estátuas no quintal. Para Wytória, o uso dos memes nas aulas de Literatura foi válido e uma maneira inovadora de estimular o hábito da leitura. “Como os memes foram publicados nas redes sociais, para entender os comentários e poder interagir, nossos colegas foram levados a ler o conto”, relata. Composto por seis integrantes, no grupo de Wytória havia jovens que não gostavam de ler e que, após a oficina literária, desenvolveram o hábito.
“A oficina e seus resultados foram apresentados na Jornada de Estudos Literários da Universidade do Oeste do Paraná. “Temos que utilizar a tecnologia a nosso favor também dentro da sala de aula. A literatura juvenil já está adaptada, com lançamentos vinculados à internet e à interatividade. A literatura não pode perder espaço e cabe a nós professores assumirmos o papel de mediadores, cabe cada vez mais o uso de tablets e celulares para o acesso aos portais de informação, jornais como a Gazeta do Povo, revistas, centros de pesquisas, documentários e todo material que enriqueça as nossas aulas”, frisa.
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