Alunos do Colégio Sesi de Irati, nos Campos Gerais, viveram no segundo semestre de 2017 uma experiência marcante. Eles participaram semanalmente, de julho a dezembro, do programa In Pauta da Rádio Najuá FM, a partir do desenvolvimento do Projeto Najueiros. “Foi uma experiência mágica! Conseguimos abordar diversos assuntos, o que nos permitiu agregar muito conhecimento”, explicou Gabriela Dremiski, de 16 anos, aluna do terceiro ano do ensino médio.
Os temas trazidos para discussão nos cinco meses de desenvolvimento dos Najueiros foram variados: de religião, diversidade e protagonismo juvenil à alimentação saudável, modismos, esportes, música e arte, entre muitos outros.
“Os assuntos foram definidos pelos próprios estudantes”, contou a professora Avanilde Polak, graduada em Letras Português pela Universidade Estadual do Centro-Oeste (UniCentro), e mestre em Linguagem, Identidade e Subjetividade pela Universidade Estadual de Ponta Grossa. “Depois de definido o projeto, incentivamos a pesquisa sobre acontecimentos e fatos atuais para debate em sala, pelos jovens. Com isso, houve o direcionamento para o projeto Ler e Pensar e o jornal Gazeta do Povo foi usado como fonte de pesquisa”, disse.
Receptividade
O In Pauta vai ao ar todos os dias, entre 12h e 13h, e também é transmitido pelo twitter e aplicativo da emissora. No programa, durante a realização do projeto, os alunos de primeira, segunda e terceira séries do Ensino Médio eram recebidos por locutores da rádio, que motivaram o debate entre os jovens do grupo.
A experiência entusiasmou a todos os estudantes. Gabriela descobriu que o rádio é um veículo do qual muita gente gosta na cidade: “conhecidos da família comentaram que me ouviram”. Assuntos como depressão ou a influência da música na vida das pessoas foram os que a aluna mais gostou de pesquisar e debater.
Assim como ela, José Alexandre Wagner e Nathan Korevar Stachio, ambos de 16 anos e atualmente na terceira série, encontraram motivos para se deixar arrebatar pelo projeto. “Eu sempre ouvi rádio. Gosto de notícias policiais e sempre tive vontade de conhecer uma emissora. Mas o que me marcou mais foi que aprendi a procurar as informações na fonte e a distinguir entre o que é verdadeiro e o que é fake news”, disse José Alexandre.
Já Nathan se animou com a iniciativa depois de participar do projeto. “Isso abriu meus olhos para o fato de que o jovem tem muito conhecimento para oferecer à sociedade. Passei a me importar com o que acontece no mundo de hoje”, garantiu.
Repercussão
Segundo a professora, foi necessário fazer um rodízio entre os alunos do colégio e até hoje alguns reclamam por não terem conseguido participar. “A repercussão e experiência passaram a ser reconhecidos por eles como algo novo a ser vivenciado. Mesmo os estudantes que não iriam ao estúdio na semana, contribuíam para o trabalho de pesquisa dos colegas”.
Avanilde avalia que os resultados foram muito significativos para o crescimento pessoal e intelectual dos alunos. “A leitura e a pesquisa, complexos para a motivação dos alunos, se tornaram mais presentes e mais fortes no cotidiano. A forma de conversar e interagir mudou, trazendo consistência em alguns debates e arguições textuais nas aulas e trabalhos escritos”.
Para ela, que se diz grata e orgulhosa de ter participado e acompanhado o projeto, a palavra que traduz todo o trabalho é “crescimento”. “Para os alunos, com práticas em seus cotidianos; para a escola, na interação com a comunidade; a rádio, para conhecer um pouco mais das opiniões e realidades dos jovens; a comunidade, para conhecer a metodologia inovadora do Colégio Sesi; e principalmente para mim, por poder participar desses contextos e olhares em perspectivas diferenciadas”, finalizou, garantindo que a continuidade do projeto está perto de ser formalizada.
O texto foi produzido pela Gerência de Educação Básica e Continuada do SESI, que mensalmente mostrará neste espaço os resultados do Projeto Ler e Pensar em suas escolas.
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