Desde o final do ano passado, um assunto muito comentado pelos curitibanos é a proposta da nova lei de zoneamento da cidade. Conforme noticiado na Gazeta do Povo, em maio desse ano, foi aberta uma consulta pública, para que as pessoas pudessem expor as suas opiniões e sugestões sobre essa lei.
Algumas das principais mudanças previstas preveem incentivar a criação de mais áreas para comércios nos bairros e mais áreas residenciais no centro. Fazendo com que mais pessoas morem no centro da capital, e que as que morem nos bairros precisem se deslocar menos para efetuar algumas compras.
Entender para opiniar
Essas propostas de mudanças podem trazer impactos significativos na vida das pessoas, nos tipos de construções e também alterações ambientais. Pensando nisso, as professoras Talita Nascimento e Maira Paupitz Vasselai, do Centro Estadual de Educação Profissional de Curitiba (CEEP), realizaram algumas ações com o 4º ano dos cursos técnicos de Meio Ambiente e Edificações.
Unindo as disciplinas de Sociologia e Controle e Proteção Ambiental, elas pensaram em maneiras de colocá-las em prática. Para isso, após leitura e contextualização das matérias da Gazeta, as professoras buscaram integrar e propiciar uma discussão entre os dois cursos acerca do tema, sobre como isso afetaria a sociedade e o meio ambiente, quais as vantagens e desvantagens da mudança.
Os alunos assistiram a um vídeo elaborado pela Câmara Municipal de Curitiba e discutiram sobre as propostas da Lei de Zoneamento e as questões apresentadas na consulta pública. Além disso, foi convidada uma arquiteta e urbanista para palestrar sobre o tema e aprofundar ainda mais os estudos.
As professoras ainda criaram um fórum online para que os alunos pudessem expor as suas ideias, vendo também outras práticas adotadas por cidades sustentáveis. A partir das sugestões levantadas pelos estudantes, surgiu uma nova atividade: eles estão trabalhando em propostas a serem levadas para as comissões da Câmara dos Vereadores de Curitiba.
Elas se aprofundaram tanto nos estudos, que publicaram até artigo sobre o tema. E claro que tanto trabalho não podia vir sem um reconhecimento: as professoras ficaram em 1º lugar na Missão Premiada de setembro, do Ler e Pensar.
Segundo elas, a partir da leitura das matérias, os alunos tiveram um estudo mais contextualizado. Além disso, puderam pensar em ideias e soluções práticas para problemas do cotidiano, relacionando com os conteúdos aprendidos em sala de aula, conseguindo assim analisar, compreender e explicar uma realidade. “Os jornais expressam os interesses de uma comunidade, e, desta maneira, toda vez que o estudante se reconhece como leitor capaz de interagir e contribuir com esta comunidade, creio que a relação constatada entre escola e sociedade se mostra efetiva”, afirmam.
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