A prática desta semana vem de Campina Grande do Sul, da Escola Municipal José Eurípedes Gonçalves. As atividades foram desenvolvidas pela professora Izaurinha Aparecida da Silva, com os estudantes do 2º ano do Ensino Fundamental. O trabalho, além de se utilizar do jornal digital, contribuiu para a diminuição do preconceito na escola e na comunidade, desenvolveu a empatia dos alunos e alertou a sociedade para a questão da inclusão verdadeira de alunos com alguma deficiência, síndrome ou transtorno de desenvolvimento dentro das escolas de ensino regular.
Ao receber o Rafael, um aluno autista, em sua turma do 2º ano, Izaurinha se perguntou se o processo de inclusão estava sendo feito de maneira eficiente. Suas preocupações vieram ao encontro de uma matéria veiculada na Gazeta do Povo no dia 17 de janeiro deste ano, intitulada Por que uma sala de aula inclusiva não é o que funciona para minha filha autista, que trazia um relato da mãe de uma criança autista sobre essa particularidade das escolas.
Após ler a reportagem em sala de aula, a professora realizou diversas rodadas de conversa com os estudantes, para analisarem como estava sendo feita a recepção do aluno com autismo naquele espaço. “Iniciamos as atividades com o objetivo de sensibilizar os alunos da turma, escola e a sociedade sobre a importância de conhecer e respeitar o modo diferente de um autista de ver e compreender o mundo, a fim de evitar o preconceito com o mesmo e seus familiares”, relatou a professora.
Da sala de aula para a comunidade
As conversas em sala de aula, os filmes e desenhos assistidos sobre o assunto e a confecção de cartazes, panfletos e outros materiais de conscientização revelaram uma possibilidade ainda maior de alcance das atividades. A turma do 2º ano convocou toda a escola e a comunidade vizinha para participarem juntos de uma caminhada em prol do fim do preconceito contra o autismo.
Dentro da escola, a transformação foi surpreendente. A turma passou a respeitar o tempo e o jeito do colega, diminuiu os barulhos exagerados e fora de hora para evitar que o colega se estressasse e procurou incluir o estudante nas atividades em grupo, sempre respeitando a maneira do autista de enxergar o mundo ao seu redor. “Para o Rafael e para a nossa família foi muito bom estudar em uma sala regular. O fez acreditar que ele é como qualquer criança e pode fazer amigos que o compreendam”, contou a família do aluno.
O autismo é um transtorno de desenvolvimento que compromete as habilidades de comunicação e interação social. O trabalho de Izaurinha mostra que informação, conscientização e empatia são as melhores armas contra o preconceito em todas as esferas.
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