Trabalhar a Educação Sexual em sala de aula, apesar de ser um tema delicado, deve ser algo real dentro das escolas. É importante trazer informações básicas para os estudantes, pois é por meio delas que eles podem identificar se sofreram algum abuso ou até mesmo se protegerem em casos que acontecem em ambiente virtual. Para isso, é importante que as crianças sejam conscientizadas e que o tema seja trabalhado de maneira séria e adaptado conforme a necessidade de cada turma.
Com esse intuito, a professora Adrieli Silva dos Reis Andreatta, da Escola Municipal José Eurípedes em Campina Grande do Sul, pensou em maneiras de conscientizar, de forma lúdica, a sua turma de 3º ano sobre os perigos que podem existir na internet e como muitos criminosos têm fácil acesso às crianças. Conversas com estudantes desde cedo são importantes, pois promove um maior conhecimento para que eles possam se defender e assim diminuir os casos de abuso sexual infantil.
Adrieli relatou que uma de suas motivações para trabalhar o tema com os alunos foi a matéria da Gazeta do Povo “Alerta aos pais: pedofilia virtual aumenta no Brasil em meio à pandemia”. No texto, que apesar de ser de um contexto pandêmico, há informações importantes sobre o aumento dos casos de abuso a nível cibernético. A partir disso, a professora planejou toda a sua prática a fim de trabalhar tais assuntos com a turma, além de prevenir esses casos.
Como ela fez isso? Por meio uma releitura do clássico “Chapeuzinho Vermelho”, que ela mesma desenvolveu. Nesse novo conto, o Lobo Mau, após ser ignorado pela Chapeuzinho na floresta, decide ir até as redes sociais e cria perfis falsos, os famosos “fakes”. Com isso, ele começa a conversar com a protagonista, que muda o seu comportamento totalmente. Ao final da história sua família descobre o que estava acontecendo e o vilão vai preso.
Além da história, Adrieli conversou com estudantes sobre os perigos da exposição nas redes sociais e conversou com os familiares, encaminhando a matéria da Gazeta do Povo como conscientizador. Em sua prática a professora utilizou uma dica pedagógica disponibilizada pelo Ler e Pensar, em que ela pôde promover um jogo com a turma. Nele, os estudantes deveriam “caçar o lobo”, como se estivessem em uma caça ao tesouro.
Os alunos, que foram divididos em 3 grupos, foram até a quadra da escola, na qual procuraram por pistas que indicariam a localização do Lobo Mau, como “jogos online” ou “redes sociais”. Ao final da prática, eles produziram desenhos que traduzia tudo o que aprenderam durante as aulas, seja por meio da história, do jogo, conversa ou leituras. Desse modo, a professora conseguiu cumprir com o seu objetivo de levar um tema tão difícil de um modo lúdico para a sala de aula.
Segundo os relatos da professora, os estudantes se sentiram mais livres e confiantes para tirarem dúvidas sobre casos específicos que aconteceram com eles, aprendendo o que é certo e o que é errado, como devem se proteger e ainda desenvolveram habilidades para se manterem mais cuidadosos e cautelosos ao utilizares as redes.
Além disso, Adrieli percebeu que seus alunos estavam com uma maturidade muito maior do que no início do ano. Desse modo, ela apontou como a melhora no desenvolvimento deles foi exponencial, promovendo que eles desenvolvessem habilidades de leitura e interpretação importantíssimas para seu crescimento.
Por sua prática, que além de utilizar os materiais do Ler e Pensar, conseguiu promover em sua docência a Cidadania Digital e o combate ao Abuso Sexual Infantil, a professora Adrieli Silva dos Reis Andreatta foi vencedora na Ação de Cidadania Digital do Ler e Pensar 2024!
Quer conhecer outras práticas inovadoras e que promovem o tema? Fique de olho aqui na coluna do Ler e Pensar na Gazeta do Povo, clique aqui para acessar outros textos.
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