Marcado pelo combate ao suicídio (setembro Amarelo), o mês de setembro acabou de chegar ao fim. Porém apesar de todas as campanhas e ações, os números continuam alarmantes. Hoje, no Brasil, 32 pessoas tiram a própria vida diariamente, se pensarmos no mundo todo, os números são ainda mais alarmantes, uma morte a cada 40 segundos.
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) 9 em cada 10 suicídios poderiam ser evitados, por isso, prevenção é fundamental. O Centro de Valorização da Vida (CVV), uma das organizações sociais mais antigas do país, elenca alguns aspectos que devem ser considerados quando pensamos na prevenção ao suicídio, entre eles a educação.
O CVV enfatiza a necessidade de tocar no assunto em sala de aula, entender quais são os sinais que a pessoa pode dar, mesmo sabendo que se trata de um assunto complexo, com muitas determinantes. É preciso ter consciência sobre as nossas próprias emoções e sentimentos, assim como estar alerta a quem está do nosso lado.
Um dos fatores que pode causar sofrimento e desencadear a depressão, podendo resultar até mesmo em suicídio é o bullying, prática repetitiva de atos violentos (de forma física, verbal, emocional...) contra uma pessoa indefesa. Esse tipo de prática é muito comum nas escolas, segundo o relatório sobre a violência nas escolas feito pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), divulgado no final de 2018, 150 milhões de adolescentes afirmam sofrer com essa prática na escola.
Consciência o ano todo!
Em Pontal do Paraná, a professora Regina Maria de Oliveira Ferreira, da Escola Municipal Profª Anita Miró Vernalha, acredita que esse é um tema que deve ser abordado continuamente, e não apenas durante a realização da campanha em setembro. Ela percebeu a inquietação dos seus alunos com o tema após um debate realizado em sala em agosto, quando os alunos decidiram por unanimidade que esse deveria ser o tema da vez.
Partindo da matéria “A pedagogia e a Luta contra o Bullying”, divulgada na Gazeta do Povo, alunos e professora realizaram uma roda de conversa sobre o assunto, depois disso, ampliaram as suas pesquisas no laboratório de informática e decidiram que o assunto deveria ser levado para toda a comunidade escolar.
Primeiramente os alunos elaboraram cartazes e percorreram todas as turmas da escola, buscando alertar e conscientizar os outros alunos sobre a importância de se falar sobre isso, depois, conversaram com pais e responsáveis, distribuíram flyers elaborados pelos próprios alunos e criaram até mesmo um adesivo, que deveria ser colado na roupa de todos que estavam apoiando essa causa.
Segundo a docente, um dos maiores ganhos foi realmente a conscientização dos estudantes, que perceberam que muitas vezes a vítima não tem coragem de pedir ajuda ou denunciar os agressores e é papel de todos intervir em favor de uma sociedade mais justa e igualitária.
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