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Hoje, 20 de novembro, é comemorado o Dia da Consciência Negra. A data, incluída nos calendários escolares em 2003, foi cunhada décadas antes, em 1970, por um grupo de quilombolas residentes no Rio Grande do Sul e ganhou força a partir de 1978, com o nascimento do Movimento Negro Unificado do País, alcançando o país todo.

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A escolha do dia se deu em memória ao dia da morte de Zumbi dos Palmares, negro que conseguiu lutar contra a escravidão e fundou o Quilombo de Palmares, o maior quilombo que tivemos notícias no Brasil, e o qual conseguiu sobreviver a mais de 100 anos, tendo abrigado cerca de 25 a 30 mil negros que fugiam da escravidão.

O professor Paulo Cruz, em seu artigo "Independência ou morte: o negro brasileiro diante de sua história", publicado em sua coluna na Gazeta do Povo, dia nove de setembro, cita a obra Escravidão (Globo Livros), de Laurentino Gomes, que conta que o Brasil recebeu 40% do total de 12,5 milhões de negros enviados para toda a América, por isso, é atualmente o segundo país com maior população de origem negra ou africana do mundo.

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E mesmo hoje, 130 anos após a Lei Áurea, os reflexos de séculos de escravidão ainda estão presentes na marginalização do negro e nas suas condições de vida, porém, segundo Paulo, é necessário deixar de procurar culpados, pois o maior culpado seria o Estado brasileiro, pelas suas iniciativas errôneas em busca da solução dos problemas.

E na escola?

Reconhecer a influência e a importância dos negros para a cultura brasileira é uma das formas de se combater o preconceito. Foi por isso, que as professoras Maria Aparecida Souza Marinho e Sandra Velozo resolveram levar esse assunto para dentro da sala de aula, mesmo fora da data comemorativa, mostrando que a consciência negra é conteúdo para todo dia.

Depois de debater o artigo de Paulo Cruz, citado anteriormente, com a turma de 4º ano da Escola Municipal de tempo integral Graciela Elizabete Almada Diaz, de Paranaguá, as docentes levaram as crianças a realizar uma pesquisa sobre os principais fatos históricos que envolveram a escravidão e também sobre figuras negras que ocupam lugares importantes na comunidade. Os alunos se apropriaram de todo o ambiente escolar para expor seus trabalhos e conseguir alcançar as outras escolas.

As crianças ainda foram levadas a reconhecer as particularidades da beleza negra, compondo obras de arte para um mural, que também foi exposto na escola. Segundo as docentes, os resultados obtidos foram vários: os alunos puderam perceber o quanto as diferenças podem enriquecer as relações humanas e como a cor da pele não influencia no caráter ou na capacidade de cada um de nós”.

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