O frio já chegou e junto com ele o pinhão. A semente que é o orgulho dos paranaenses faz sucesso em seus diversos tipos de preparo. Porém, esse rico ingrediente, que já faz parte da identidade do Paraná, pode estar com os dias contados.
A araucária, árvore símbolo do nosso estado e “mãe” do pinhão, vem sofrendo muito com a conversão das florestas nativas em áreas agricultáveis, o crescimento das cidades e a exploração irregular e irresponsável da sua madeira. Além disso, a árvore demora muitos anos para se desenvolver e começar a dar frutos.
Todos esses fatores contribuíram para colocar a espécie na lista de risco extremo de extinção pela União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN) e na Lista Oficial de Espécies da Flora Brasileira Ameaçadas de Extinção, do Ibama.
O Paraná, que já teve campos imensos cobertos por araucárias, somando 13% da área do Estado, atualmente tem menos de 0,8% de áreas de araucárias em bom estado de conservação, ou seja, árvores de grande porte e diversidade maior de espécies.
Plantando bons exemplos
Foi em uma excursão escolar para conhecer as nascentes do município, realizada pelo professor Osmar Taborda de Faria, que os alunos da Escola Municipal Benjamin Constant, de Rio Branco do Sul, tiveram contato com uma situação inusitada que instigou a turma.
Durante o passeio, os alunos encontraram uma Araucária caída. Foi então que Pedro, de 7 anos, perguntou ao professor se poderiam salvar aquela árvore. Então o professor disse: "esse pinheiro não conseguiremos mais salvar, mas poderemos fazer algo melhor, plantar novos”.
A partir dessa ideia a turma começou a desenvolver um intenso trabalho de investigação sobre o plantio das araucárias. Começaram com uma extensa pesquisa sobre o histórico da espécie e as etapas de plantio. Segundo o docente, o trabalho com o jornal online da Gazeta do Povo foi enriquecedor e fundamental para o desenvolvimento dos estudos acerca do tema.
Dentre as matérias que chamaram a atenção das crianças, destaca-se a publicada em 19 de abril: “Comércio oferece pinhão proibido e indigesto aos paranaenses”, que trata da legislação em torno da preservação do pinheiro-do-paraná e fez com que os alunos buscassem entender porque existe uma data para a liberação da venda do pinhão.
Diante de todo esse cenário, os alunos começaram a revelar um senso de responsabilidade ambiental muito grande e tomaram uma verdadeira atitude de cidadania, decidindo criar um viveiro de mudas de araucária, na própria escola, originando o projeto Salve a Araucária!.
Os alunos já captaram as sementes e realizaram o plantio em jacás. Agora acompanham o desenvolvimento da muda, aguardando o tempo certo para realizar o plantio definitivo que será realizado em uma área cedida pela Prefeitura Municipal de Rio Branco do Sul para esse fim.
“Nossa ideia é ter sempre mudas disponíveis para realizar o plantio com alunos e assim envolvê-los em projetos ambientais”, afirma o professor Osmar, que garante que esse é só o começo.
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