Três em cada dez brasileiros de 15 anos dizem sofrer bullying na escola, segundo dados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), divulgados em 2019. A pesquisa também revela que os adolescentes nascidos no Brasil são alvo desse tipo de violência com mais frequência e de mais formas do que a média dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Segundo matéria publicada na Gazeta do Povo, e utilizada pela professora como material para o desenvolvimento da prática, “o bullying compreende comportamentos com diversos níveis de violência que vão desde chateações inoportunas ou hostis até fatos agressivos, sob forma verbal ou não, intencionais e repetidas, sem motivação aparente, provocado por um ou mais estudantes em relação a outros, causando dor, angústia, exclusão, humilhação e discriminação.”
O tema, que vem ganhando cada vez mais espaço nas escolas, também vem ganhando destaque na legislação. No ano de 2015 foi aprovada a lei 13.185/2015, do Programa de Combate à Intimidação Sistemática, conhecida também como Lei Antibullying, que prevê ações de prevenção, conscientização e educação contra esse tipo de violência.
Contra a violência: Educação
Foi por entender a importância desse tema e observar algumas situações no ambiente escolar que as professoras Mary Sônia Dutra de Alencar e Evanilda Leocádio Simas, da Escola Estadual Ministro Waldemar Pedrosa, de Parintins (AM), criaram o Projeto: “Soltando a Voz, eu ‘tô’ melhor agora!”, voltado ao 4º ano do Ensino Fundamental.
A turma iniciou as discussões por meio de uma assembleia que abordava as situações de convivência na escola e tinha o objetivo de introduzir e explicar o conceito. O próximo passo foi conhecer e estudar a Lei Antibullying, interpretando o texto e desvendando os termos desconhecidos pelas crianças.
Depois de acessar outros materiais e levantar alguns questionamentos como, por exemplo, a relação entre os avanços tecnológicos e dos meios de comunicação e o cyberbullying, os alunos decidiram que criar textos, de diversos gêneros, seria uma ótima forma de levar o conhecimento a toda comunidade escolar. Por fim, as crianças colocaram a mão na massa e produziram materiais que foram compartilhados com toda a comunidade no site da escola.
Segundo o relato da professora Mary Sônia, do Ler e Pensar, os resultados foram muito positivos. “A partir do projeto, as crianças já demonstram uma maior sensibilidade e respeito na forma de tratamento entre os pares, colegas e demais pessoas”, destaca. Aliás, respeito foi a palavra que mais apareceu nas produções e diálogos dos estudantes, que desde cedo já entendem que a diversidade contribui para um mundo mais interessante.
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