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Muito preocupada com os impactos da pandemia no aprendizado dos alunos da educação especial e em como trazer esse assunto para eles de forma adaptada e clara, a professora Simone Nogueira de Lima, das Escolas Municipais Madre Paulina de São José dos Pinhais (PR) e Michel Khury de Curitiba (PR) transformou suas aulas, mobilizou diversas pessoas e também garantiu o terceiro lugar da Missão de Boas Práticas Digitais. Simone conseguiu não só levar informação e engajar os estudantes, mesmo com as aulas remotas, mas também apoiar as famílias nesse momento.

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Como tudo aconteceu

Sentindo a necessidade de ter um canal de comunicação direto com os estudantes e seus familiares, a professora criou um grupo no WhatsApp para passar informações importantes e também enviou kits, para cada um deles, que continham atividades impressas e materiais de apoio como crachá, alfabeto, rotina preparada em Comunicação Suplementar Alternativa, grade para construção de calendário, matérias da Gazeta do Povo, entre outros.

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Após perceber que as famílias de seus alunos precisavam de mais apoio e informação devido à pandemia de COVID-19, a professora se prontificou a mostrar para eles quais eram as recomendações do Ministério da Saúde, pois sabia que era de uma fonte confiável e ainda aproveitou para falar sobre as fake news (notícias falsas) e em como elas impactam as vidas das pessoas, principalmente agora.

Foram muitas as ações realizadas pela professora Simone, uma delas foi a confecção de máscaras, feitas por ela mesma, que foram entregues aos pais dos alunos junto com o link da matéria da Gazeta do Povo “7 regras para o uso correto das máscaras de pano se precisar sair de casa “,para que a entrega das máscaras fosse contextualizada e fizesse sentido para eles. Posteriormente essa matéria foi impressa e entregue aos demais alunos junto com mais máscaras que foram conseguidas graças aos voluntários do Máscaras Para Todos, e assim, todos os alunos da E. M. Madre Paulina receberam o kit.

Sua outra ação foi em parceria com as voluntárias do Grupo Bonequinhas Maluquinhas, que confeccionaram bonecas de pano com fins educativos. As “Bonequinhas do sentimento” possuíam duas faces, uma triste e outra feliz e foram entregues aos alunos com o objetivo de ajudá-los a entender e lidar com os sentimentos nessa fase, além de incentivar as famílias a brincarem com os seus filhos. “Procurei uma maneira de fazer algo na condição remota, para que pudesse ajudar os nossos alunos e familiares, mas fosse além do pedagógico, realizasse também um trabalho humanitário”, ressaltou.

E as estratégias e parcerias não pararam por aí. Juntamente com as professoras Cristiane Batista Salgueiro Guimarães, contadora de histórias e a Patrícia Aparecida Dissenha Setim, professora de Comunicação Suplementar Alternativa, Simone, levou a informação para os alunos usando o conto “O escudo do protetor contra o rei vírus” de Guadalupe Del Canto, com um vídeo bastante lúdico. E além de postá-lo nas suas redes sociais, o material ainda foi publicado no facebook da escola e no Grupo da ONG – Falando sore o autismo.

“A entrega das máscaras, do artigo da Gazeta do Povo, das bonecas, contou com envolvimento de todos os professores da escola, que se engajaram no projeto para que o material chegasse até os alunos de maneira didática” contou ela explicando como o apoio interdisciplinar foi fundamental para o desenvolvimento da prática.

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Outra forma que a professora encontrou para motivar os estudantes foi com a ajuda dos voluntários da ONG Pontos com Amor, que confeccionaram capas dos personagens preferidos deles, com todas as adaptações necessárias para a realidade de cada, como os cadeirantes que receberam aventais. Assim ninguém ficou de fora! “Os alunos com deficiência e transtornos aprendem, porém a aprendizagem acontece em tempos diferentes e as adequações metodológicas tem que ser pensadas a partir do universo de cada aluno, respeitando sua individualidade”, reforçou.

Resultados alcançados

Para Simone, apesar de nem todas as famílias terem conseguido acompanhar os seus filhos nas atividades, a conexão criada junto às famílias e os estudantes foi fundamental principalmente nesse momento de educação remota. Segundo ela, foi uma quebra de paradigmas promover a adaptabilidade necessária que o momento exige e fazer com que o ensino possa acontecer a partir do que é possível, colocando em foco a formação para a vida. Nesse aspecto, a professora disse acreditar que o trabalho com as mídias foi fundamental, pois ao levar informação a todos os estudantes eles terão autonomia, e também se desenvolverão de forma completa.

Os resultados foram surpreendentes, pois ela notou que os alunos começaram a compreender o que é a pandemia e quais são as medidas de prevenção, as famílias ficaram mais engajadas e desenvolveram pequenas ações para ajudar os vizinhos. Ela ainda recebeu vários vídeos e fotos dos alunos realizando as atividades, sem contar que, esse apoio foi muito além do pedagógico. Foram entregues 929 máscaras juntamente com a matéria da Gazeta do Povo para as duas escolas que ela leciona e suas ações envolveram por volta de 3 mil pessoas.