Em ano de eleição, falar sobre política na escola é coisa séria, além de necessária. Principalmente quando pensamos que, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), quase metade dos jovens que já poderiam votar em outubro, não demonstrou interesse de tirar o título de eleitor.
Estamos falando de quase 2 milhões de jovens de 16 e 17 anos, um número significativo e que traz grande preocupação, se pensarmos que pode demonstrar a baixa preocupação com a coletividade, democracia e a falta de convicções.
Por isso, falar de política vai muito além de promover debates em torno dos candidatos à presidência ou modelos de governança. Entender os processos políticos e a estrutura dos três poderes é fundamental para criar jovens realmente politizados.
Foi pensando nisso que o Professor Marcos Antonio Morello, do Colégio Estadual São Cristóvão, em São José dos Pinhais, viu no projeto Geração Atitude – desenvolvido pela Assembleia Legislativa do Paraná com apoio da Secretaria de Estado da Educação, Tribunal de Justiça do Paraná, Assessoria Especial da Juventude do Governo do Estado e Ministério Público do Paraná – uma chance de colocar seus alunos em um lugar de protagonismo no cenário político e despertar o interesse da turma para o exercício da cidadania.
A turma, do 2º ano do Ensino Médio, estudou o material on-line disponibilizado pelo projeto e ainda teve oportunidade de conhecer a fundo os poderes: executivo, legislativo e judiciário, além do processo de construção de uma lei através de palestras com juízes e desembargadores. Foi aí que surgiu um desafio: criar projetos de lei que resolvessem os problemas que aqueles jovens presenciavam ou percebiam na sua comunidade.
Buscando fomentar o debate, formar o senso crítico de seus alunos e trazendo uma dose extra de provocação, o professor apresentou a matéria “Por que transformar em lei o projeto de um parlamentar é missão quase impossível?” . Depois da leitura e da discussão da matéria, os jovens se prepararam para redigir seus projetos, com muito mais consciência.
Legislando
Dentre os projetos criados pelos estudantes, destacam-se alguns temas provocativos, como: “Filhos de políticos devem obrigatoriamente estudar em escolas públicas”, “Inclusão efetiva de pessoas com deficiência na sala de aula regular, com apoio de professores capacitados” e “Maior repasse de verba à cultura, de modo a não desperdiçar jovens talentos” e outros que dizem respeito ao momento de vida dos estudantes, como a proposta que sugere “passe escolar integral no período em que o estudante está na escola” .
Essas propostas foram postadas pelos próprios alunos no site da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) e seguiram para uma votação estadual, que escolheria um projeto elaborado por um jovem paranaense para votação. Infelizmente nenhuma das propostas acima foi a escolhida, porém, o professor garante que o maior aprendizado foi durante o processo, já que os alunos aprenderam exercer a cidadania e se engajarem desde cedo na vida politica. Iniciativas como essa, do professor Marcos Antonio, são fundamentais para garantirmos que nossos jovens se tornem realmente agentes de transformação.
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