Os dias de sol do mês de julho em nada lembram o último mês de março na cidade de Curitiba. De acordo com o Climatempo, na capital paranaense, o mês fez realmente jus à música “Águas de Março” e chegou a registrar 328 mm de chuva, quase o triplo do esperado para o período, que costuma ser de 123 mm.
E apesar de soar como uma bonita poesia para Tom Jobim, na prática não é tão agradável assim. As chuvas de março deste ano resultaram em inúmeros transtornos na cidade, desde enormes buracos que se abriram no asfalto a sérios alagamentos em diversas regiões.
Além disso, as preocupações não são apenas momentâneas. Quando a água baixa surgem outros inconvenientes das enchentes, como por exemplo a transmissão de doenças infectocontagiosas tais como a leptospirose e a hepatite A.
Criança bem informada = comunidade preservada
Foi nesse cenário que a professora Dayane Karin Nascimento, do CEI do Expedicionário em Curitiba, observou a necessidade de envolver seus alunos do 4º ano do ensino fundamental em um trabalho de prevenção de zoonoses na região da Escola onde atua.
A professora conta que aconteceu uma enchente na comunidade que acabou alagando toda a Escola, bem como a casa dos estudantes. “Este assunto foi muito comentado, pois as famílias perderam tudo e estavam realizando a limpeza de suas casas. Alguns alunos perceberam a presença de ratos boiando na água e então, decidi trazer o assunto para sala de aula, junto a reportagem da Gazeta do Povo que falava sobre os cuidados ao voltar para casa após as enchentes. ”
A matéria citada pela professora foi publicada em 2014, intitulada como “Quem volta para casa tem de cuidar com as doenças”. A docente relatou que após a leitura do texto e a discussão do assunto na sala, os alunos reuniram as informações mais interessantes e criaram panfletos com objetivo de conscientizar a comunidade.
Depois de conhecer as características do gênero textual em questão e produzir os flyers, as crianças saíram acompanhadas por professores, para visitar os vizinhos da Escola e alertar sobre os problemas de saúde que poderiam ser trazidos pelos alagamentos.
Segundo Dayane, a atividade foi importante em dois aspectos: pedagógico e social, pois, além de interpretarem e produzirem textos contextualizados com um fim social, os alunos puderam intervir e transformar a situação social vivida na região.
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